A nossa segunda expedição para o especial Café Brasileiro, uma paixão mundial foi incrível. Foram cerca de 2.597 quilômetros percorridos para chegar ao nosso destino: Cacoal, no interior de Rondônia.

Fomos recebidos pelo Juan Travion, que é produtor de café e leite, e ainda presidente da CAFERON – Cafeicultores Associados da Região Matas de Rondônia. E junto ao produtor tive a oportunidade de conhecer de perto uma grande produção do café robusta, que possui manejo e técnicas diferentes da cultura do café arábica.
Juan, está na cafeicultura há cinco anos, cultivando o café Robusta e revolucionando o cenário da cafeicultura na região de Cacoal. A partir de características do bioma Amazônico, ele começou a trabalhar a exploração do terroir local, com manejo diferenciado e um pós-colheita muito bem feito.
Esse trabalho deu força para que a produção de cafés especiais também se fortalecesse. Conhecemos diversas famílias produtoras de café especial. Famílias que tem se dedicado a uma cafeicultura cada vez mais forte em Rondônia.
Destaco aqui a produtora Ediana, eleita pela revista Forbes, umas das 100 mulheres mais poderosas do agronegócio. Com os seus cafés campeões em concursos de qualidade, a sua lavoura é cercada pelas matas amazônicas. E uma das coisas marcantes nessa visita, foi o café gelado, muito comum nessa região de clima quente e úmido. Servido com maestria pela produtora, esse café ganhou o paladar de todos.

Também conhecemos de perto o trabalho da produtora Polina Perrut, além de cultivar seu café, ela também encabeçou ações de incentivo aos produtores rurais da região, para participarem dos concursos de qualidade e buscarem novas técnicas de manejo. Poliana também esteve a frente dos trabalhos com os indígenas locais, incentivando-os na cafeicultura.
E no sítio Flor do Café, conhecemos o trabalho do jovem produtor Geandersom Gambarte, que junto aos seus pais e sua esposa, realizou o plantio do café robusta em meio aos Ipês. O seu café, foi altamente pontuado em concursos de qualidade. Ali também tivemos o prazer conhecer um pouquinho da gastronomia local, conhecendo um suco tradicional na região, de Araçaboi.

E ainda dentro de nossa expedição conhecemos a tribo dos Suruí, na terra indígena Sete de Setembro. Foi um momento importante porque consegui entender de perto como funciona a cafeicultura indígena. Além do café, eles também sobrevivem do cultivo de banana, castanha e cacau.
Tive ali a experiência de conhecer um shampoo natural, usado pelos índios para lavar o cabelo, e foi exatamente isso que eu fiz as margens de córrego que passa pela aldeia. Foi um momento marcante e único dessa expedição.
E falando em momentos marcantes, conhecemos do viveiro de mudas de cacau da produtora Sandra Bartinik. Ela faz parte de um grupo que tem trabalhado a retomada da cultura do cacau, no município. Há muitos anos as lavouras de cacau foram devastadas na região, com a ocorrência da Vassoura de Bruxa. E hoje, existe um trabalho forte na cidade para resgatar essa cultura. Conheci também o Café dos Bento’s uma família de produtores que com muita eficiência tem produzidos cafés de qualidade em Rondônia.
Enfim, foram dias incríveis experimentando de perto um outro lado da cafeicultura brasileira. Essa, foi só mais uma expedição, fique comigo, ainda teremos novos destinos juntos pela frente!

