Volume de exportações do agronegócio aumenta 14% no primeiro semestre

por | set 4, 2023 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques, Milho, Soja, Trigo | 0 Comentários

As exportações de produtos agropecuários do Brasil continuaram a avançar durante o primeiro semestre de 2023, conforme revelado por pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e no sistema Siscomex da Secretaria de Comércio Exterior. O setor registrou um crescimento de 4,5% no faturamento em dólar no período, impulsionado principalmente pelo aumento do volume exportado, que cresceu significativamente, atingindo um aumento de 14%. Esse aumento no volume exportado compensou a queda de pouco mais de 8% nos preços médios em dólar.

De acordo com analistas do Cepea, o milho foi o destaque em termos de crescimento no volume exportado, registrando um aumento notável de 86%. Por outro lado, a soja em grão liderou em termos de volume exportado, representando 49% do total escoado pelo agronegócio brasileiro e 40% do valor gerado em receita em dólar. Portanto, o ano tem sido particularmente favorável para os produtos do complexo da soja, bem como para os setores sucroalcooleiro e florestal.

No que diz respeito aos preços, os pesquisadores do Cepea observam que, desde meados de 2022, os valores dos alimentos têm demonstrado uma tendência de queda, conforme indicado pelo índice das Nações Unidas (FAO). Essa redução nos preços médios de alimentos e energia nos mercados internacionais é atribuída ao abrandamento do crescimento da demanda global em 2023, com destaque para os desafios enfrentados recentemente pela China, juntamente com o aumento da produção mundial.

Quanto às expectativas para o segundo semestre do ano, o comportamento dos preços internacionais das commodities dependerá da dimensão da safra no Hemisfério Norte e de eventos inesperados que possam ocorrer durante o período.

No que diz respeito à taxa de câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é que ela permaneça em torno de 5 Reais por dólar durante o segundo semestre. No entanto, o aumento contínuo das taxas de juros nos Estados Unidos pode atrair mais capital para o país, exercendo pressão sobre o valor do dólar em todo o mundo, incluindo o Brasil. Além disso, prevê-se um leve aumento na inflação no Brasil nos próximos meses, mas uma estabilização em torno de 4% no acumulado do ano. Portanto, o efeito combinado desses fatores sobre a rentabilidade do setor em Reais não deve resultar em grandes flutuações nos próximos meses.

Com a colheita concluída e uma moeda mais estável, resta ao setor agroexportador brasileiro a esperança de que os preços não sofram uma depreciação excessiva nos mercados internacionais, permitindo que o faturamento alcance a marca de US$ 160 bilhões e estabeleça mais um recorde neste ano.

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