A indústria da carne bovina enfrenta desafios significativos devido à volatilidade dos preços e às crescentes pressões por práticas mais sustentáveis. Diante desse cenário, produtores têm buscado estratégias inovadoras para garantir resultados satisfatórios e se manter competitivos no mercado.
Segundo o pecuarista Dimas Abrão, houve uma redução significativa nos preços da arroba do boi nos últimos anos, com o preço no ano retrasado em R$ 300 reais, caindo para R$ 230 e R$ 220 reais no ano passado. Por isso, a busca por maneiras de agregar valor e melhorar os resultados tem se intensificado. Uma das técnicas adotadas por esses produtores é a inseminação artificial de tempo fixo (IATF), que se destaca por sua eficácia na seleção do melhor material genético.
“Para realizar o melhoramento do rebanho, é mais econômico do que comprar um bom boi hoje, pois custa no mínimo R$ 20 mil reais. A IATF é um processo que envolve a compra de sêmen de bois já provados e testados, com diversos critérios para avaliar se o boi é de qualidade”, disse o pecuarista Dimas.
O veterinário Rafael Carvalho ressalta as vantagens da IATF, destacando sua economia em grande escala e sua contribuição para tornar o processo mais acessível. “É mais econômica em grande escala, caso contrário seria necessário ter muitos bois, o que aumentaria os custos. A IATF torna o processo mais acessível, mas é crucial ter o manejo adequado. No Brasil, ela é amplamente difundida, embora ainda seja uma minoria em relação ao total do rebanho brasileiro.”
Apesar dos desafios enfrentados pela indústria da carne bovina, os produtores demonstram determinação em adotar técnicas avançadas e práticas sustentáveis para enfrentar esses desafios. Além disso, a pecuária tem sido pressionada a adotar práticas mais sustentáveis, com diversas ações sendo implementadas nas propriedades. “É necessário manter reservas florestais e realizar um acompanhamento minucioso do gado, incluindo alimentação, vacinação e desempenho do rebanho. Tudo isso é crucial para a sustentabilidade e para atrair o mercado externo”, disse Dimas Abrão.
O pecuarista ainda esclareceu que há expectativa de melhores preços no mercado para este ano, embora a incerteza persista devido à influência de fatores naturais, como as variações climáticas.
