A Ucrânia começou a embarcar trigo nas últimas semanas e em grande volume. Foram milhões de toneladas embarcadas. A nova safra da Ucrânia está saindo agora, e ela já vem volume menor de produção este ano, e isso acabou afetando as cotações, que recuaram no mercado internacional nos últimas semanas e no Brasil, conforme explica Vlamir Brandalizze consultor de mercado.
“No mercado brasileiro o produtor que recebia a R$ 110, 120,00 a saca até o final do mês de julho, em agosto está recebendo de R$ 110 a R$115, houveram queda nas cotações ao produtor na faixa de uns R$10,00 em relação ao mês passado. Mesmo assim as condições de safra e valores estão interessantes ao produtor, porque se ele tiver uma boa produtividade, mesmos nesses patamares de R$ 110 a saca, ele consegue se manter com margem positiva”.
E as chuvas registradas no Sul do Brasil nos últimos dias melhoraram as condições das lavouras, que caminham a passos largos para bater recorde histórico de produção no Brasil. Segundo o consultor a safra brasileira de trigo tem este ano, um potencial de 9 milhões de toneladas. No entanto, mesmo com esse grande volume, o Brasil ainda fica dependente de importação. Provavelmente mais de 3 a 4 milhões de toneladas serão importadas, já que a demanda interna deve passar de 13 milhões este ano.
“Esse é um ano que tem o apoio do governo com, auxílio Brasil, caminhoneiro, auxílio taxista e todo esse dinheiro novo que tá entrando, boa parte dele vai para os alimentos, e o derivado do trigo, como, macarrão, biscoitos, farinha, pão, todos serão beneficiados com esse dinheiro novo, com uma demanda maior”.
Ainda segundo o consultor o setor será beneficiado este ano e ainda com uma possibilidade grande de aumento na demanda interna. “Tudo isso traz um folego maior ainda para o mercado e é favorável ao produtor. Porque os patamares lá fora pra importar trigo, chega a cima de R$ 2.100 a tonelada. E aqui no mercado brasileiro a gente vê o trigo na faixa de R$ 1.800 a tonelada. Ou seja, o trigo nacional tá mais barato que o importado. Então não tem mais espaço de recuar o trigo”.
A situação traz então uma garantia de que vai ter trigo e condições boas para o produtor brasileiro cobrir os custos de produção e com boa margem.
