O mercado suinícola brasileiro teve um mês de junho movimentado, com alguns aspectos positivos impulsionando o setor, mas também enfrentando desafios em relação aos preços. Vamos analisar os principais pontos que marcaram esse período.
Preços e Exportações
Ao longo da segunda quinzena de junho, houve uma reação positiva nos valores pagos pelo suíno vivo, assim como pela carne suína. No entanto, mesmo com essa recuperação pontual, as médias mensais dos preços do animal e da proteína ainda ficaram abaixo das registradas em maio. Essa volatilidade nos preços refletiu uma série de fatores, incluindo oscilações na demanda interna e externa, variações nos custos de produção e a concorrência com outras proteínas animais.
Falando em exportações, o setor teve motivos para comemorar em junho. Após uma queda em maio, as exportações brasileiras de carne suína, considerando produtos in natura e processados, apresentaram um crescimento significativo. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 107 mil toneladas de carne suína em junho, um aumento de 6,3% em relação ao mês anterior e um impressionante aumento de 16,3% em comparação com junho do ano passado. Esse resultado é especialmente promissor para o setor, pois representou o maior volume escoado parcialmente em 2023.
Relação de Troca e Insumos
No entanto, nem tudo foi positivo para os suinocultores em junho. Apesar das desvalorizações do milho e do farelo de soja nesse período, o poder de compra do suinocultor paulista foi afetado negativamente. As quedas nos preços do suíno vivo foram ainda mais acentuadas, diminuindo a margem de lucro dos produtores e criando desafios na gestão dos custos de produção.
Carnes Concorrentes
Em junho, as carnes suína, de frango e bovina comercializadas no atacado da Grande São Paulo registraram quedas nos valores médios em relação ao mês anterior. Entretanto, a carne bovina sofreu a desvalorização mais intensa, o que resultou em uma diminuição da competitividade da proteína suinícola em comparação com a carne bovina. Por outro lado, a proteína suína ganhou competitividade em relação à carne de frango.
Esses acontecimentos refletem a dinâmica do mercado de suínos em junho. As exportações desempenharam um papel crucial no impulsionamento do setor, mas os preços instáveis e as variações nos insumos representaram desafios para os suinocultores brasileiros. O cenário competitivo com outras carnes também é um aspecto importante a ser monitorado pelo setor suinícola, à medida que buscam garantir sua posição no mercado nacional e internacional.
