Soja: seis mi hectares em crescimento em 20,21 e 22

por | set 13, 2022 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques, Economia, Plantio, Soja | 0 Comentários

O crescimento da área plantada de soja no Brasil, começa a levantar a interrogação de um grande problema mundial, fertilizantes. A crise energética na Europa tem servido para contextualizar a fragilidade do Brasil em relação aos fertilizantes e a aceleração da grande produção de soja nos últimos três anos. O Brasil cresceu seis milhões hectares do grão, nos anos 20,21 e 22. E para a safra 2023, é esperada uma nova produção recorde de mais de 150 milhões de toneladas. O crescimento preocupa, já que representa um grande aumento da demanda de fertilizantes, agroquímicos, defensivos agrícolas e corretivo de solo em um momento de contração de oferta e de ruptura na cadeia de suporte.

Segundo o consultor de mercados, Ênio Fernandes, a culpa não é só de um setor ou outro, já que esse crescimento da soja, não tem precedente na história. “Nós crescemos dentro de um momento de pandemia mundial, tivemos lockdown, e toda cadeia de suporte impactada. Era natural esperar um aumento de custo e isso foi refletindo nos custos de produção. Agora, mesmo com aumento dos custos de produção extremamente altos, o Brasil de novo vai crescer 1,5 milhão de hectares, quer dizer, a capacidade que nós estamos exercendo de crescimento, tá gerando uma demanda alta, num momento em que as cadeias ainda não estão regulares”.

E a situação se agrava quando pensamos que a área de plantio da soja, se torna futuramente a área do milho verão, demandando mais fertilizantes nitrogenados. “Nós estamos criando uma bolha de aumento de custo de produção, aumento da produção e custos extremamente altos. Em algum momento os preços vão ter uma correção”.

De acordo com o consultor, os produtores precisam tomar cuidado. “Cuidado para não serem pegos com os custos extremamente altos e as margens subirem completamente por não saberem administrar esse crescimento”.

Safra americana

Os Estados Unidos como o primeiro motor de crescimento da economia, tem sua safra monitorada constantemente. E a grande interrogação, é qual será o custo de produção dos americanos se tratando da soja? Os produtores americanos vão as compras em dezembro, janeiro e fevereiro.

“O segundo motor de crescimento da economia, é a China, o terceiro é a União Europeia. O que acontece é que estamos vendo um crescimento menor do que o mercado previa na China. Era previsto que o país crescesse 5% ao ano e estamos falando de 2,7. Quando eu olho para os EUA, inflação alta sugere aumento de juros, aumento de juros, você contrai a economia, ao olhar para a Europa, além da inflação alta, eu tenho a crise energética. É bem provável que alguns países da Europa entrem em recessão”.

Com a situação delicada desses países, a maior vantagem do produtor brasileiro de soja, é que os estoques dos EUA estão baixos, o que representa sustentação ao preço. “Mas se a América do Sul entregar uma boa safra e de novo os americanos projetarem uma boa safra de soja, é natural que os preços cedam, com os custos muito altos. Ai sim nós temos um risco”, alerta.

 

Leia também