O mercado de soja começou a semana na defensiva, se protegendo com a leve queda registrada em Chicago e no Brasil. As chuvas registradas na parte Sul do cinturão americano ocasionaram esse movimento de defensiva, já que o clima nessa região estava mais seco. Com algumas chuvas nas últimas semanas, houveram melhoras em algumas áreas de produção.
O especialista no mercado de grãos, Vlamir Brandalizze, ressalta que mesmo com essas chuvas, muitos estados importantes no cinturão estão sofrendo com o clima. “E devem continuar sofrendo na segunda quinzena de agosto, que é importante para a definição da safra deles. Uma fase de florescimento e início de formação da vagem da soja”.
Outro fator que também pressionou o mercado nesse início de semana foram os recentes embarques de farelo e óleo de girassol feitos pela Ucrânia. O país é um grande exportador mundial de óleo de girassol que compete com o óleo de soja, o que acabou pressionando o mercado do óleo e a soja um pouquinho pra baixo.
“A volta da Ucrânia como vendedora de óleo de girassol, pressionou o mercado de óleo de soja e isso acabou também pressionando o mercado da soja em grão pra baixo. Tivemos também o clima americano um pouquinho melhor em relação a semana passada e agora também a presença da Ucrânia vendendo o óleo de girassol, em volume até interessante, foram milhões toneladas embarcadas”.
O consultor Vlamir explica que o retorno da Ucrânia incomoda um pouco o mercado brasileiro, já que o país vinha exportando em ritmo forte o óleo, e caminha para um recorde em exportação do produto. “Essa volta da Ucrânia como vendedora e exportadora acaba afetando, porque eles somos grandes exportadores, eles são nossos concorrentes”.
Mas nenhuma situação segundo o próprio consultor, que levante grandes preocupações, já que o mercado brasileiro vive um momento de grande calmaria, com uma safra estimada em 150 milhões de toneladas e caminha para plantar 2 milhões de hectares a mais em comparação com 2021.
