A colheita de café no Sul de Minas chegou a 39,03% e no Cerrado Mineiro a 24,29%, segundo o levantamento da Cooxupé. Nas áreas de atuação da cooperativa a colheita chegou a 33,29%. Mas o que tem chamado atenção são os estoques de café no país. A pouca quantidade no terreiros, apesar de ser uma realidade já esperada, por conta da estiagem e geada que atingiu as principais áreas produtoras no ano passado, tem assustado.
O Secretário Estadual de Agricultura de Minas Gerais, Thales Fernandes, pontuou que a pasta tem acompanhado de perto a situação das lavouras mineiras. Ele enfatiza que o café tem uma importância muito grande dentro do estado, já que Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. “Do mês de janeiro a abril deste ano, na pauta do agronegócio mineiro, o café foi responsável por 57% das exportações. Sem dúvida é um produto muito importante pra nós, que gera renda e emprego. Temos preocupado muito com as intempéries climáticas dos últimos anos, que vem se agravando”.
Segundo o secretário o estado tem acompanhado os produtores que sofreram com as intempéries climáticas no ano passado através da assistência técnica da Emater. Mas se a situação no ano passado ficou complicada, as condições climáticas deste ano também preocupam. De acordo com o Instituto Somar, na semana passada, Minas Gerais não recebeu chuva, ou teve 0% da média histórica. E agora, uma massa de ar frio que deve causar queda na temperatura chega ao estado. Não há previsão de geada em aéreas de café.
A maioria dos produtores seguem focados na colheita. E a instabilidade com o clima, já que nesta semana algumas áreas de produção tiveram registro de chuva, gera preocupação.
Para a safra 2023 já existem muitas especulações. O Secretário Estadual de Agricultura, Thales, lembra que muitos produtores tem relatado as perdas. “Realmente existe uma preocupação com a safra 2023 e estamos monitorando essa situação. Mas uma situação real, só teremos com o fim do período seco. Mas é muito claro que existe uma diminuição de café arábica no mundo, abaixo das previsões e o clima vai contribuir para que o preço fique firme no mercado. É um bom momento para vermos uma renovação no parque cafeeiro”.
E entre as ações e medidas que o governo tem tomado como forma de auxiliar os produtores que sofreram com as intempéries climáticas no ano passado, ele ressalta o acionamento do Funcafé. “Temos preocupado muito com isso e com aproximação com as cooperativas e entidades do meio, temos tomado as medidas necessárias, como o acionamento do Funcafé, no ano passado buscamos 600 milhões via o BDMG para apoiar os produtores de café e para diminuir as perdas e, este ano pleiteamos 500 milhões dos quais 250 milhões já foram liberados. Tem que ficar muito claro que é um trabalho conjunto com o setor produtivo”.
