Entre as mulheres rurais, 47,6% delas estão na pecuária e criação de animais

O Brasil tem quase um milhão de mulheres que são dirigentes de estabelecimentos rurais. Segundo o Observatório Mulheres Rurais lançado pelo Ministério da Agricultura, o país tem um total 946.075 mulheres que são dirigentes de estabelecimentos rurais, e outras 817.019 estão na codireção desses estabelecimentos.
Os dados apresentados no observatório apontam também a porcentagem de estabelecimentos rurais dirigidos por atividades segmentadas. E nesse quesito, temos destaque para a pecuária, onde 47,6% delas estão à frente de algum negócio. O número representa um crescimento em comparação com o último levantamento feito em 2006, pelo IBGE, que mostrou 44,1% dessas mulheres à frente da atividade. As mulheres na pecuária somam segundo o último levantamento de 2017, somam 450,7 mil.
Em seguida vem a produção de lavouras temporárias, que tem 34,4% delas dirigindo algum negócio, elas somam 325,6 mil. E na produção de lavouras permanentes ela somam 92,2 mil ou 9,7%.
De acordo com o observatório, o Brasil tem um total de 6,14 milhões de mulheres trabalhando na zona rural. Esse dado leva em conta mulheres que dirigem estabelecimentos rurais, que estão na codireção e as trabalhadoras rurais ocupadas.
Observatório da Mulheres Rurais
Lançado há algumas semanas, o Observatório Mulheres Rurais do Brasil responde a Agenda 2030, cuja meta do Brasil é não deixar ninguém para trás, destacando a Equidade de Gênero. A ferramenta que oferece visibilidade ao trabalho das mulheres rurais e integra o sistema Agropensa da Embrapa. O trabalho é multi-institucional envolvendo Mapa, Embrapa, FAO e o apoio do IBGE.
No observatório, o público encontra dados sobre o número de mulheres no campo, sejam elas dirigentes de estabelecimentos rurais ou trabalhadoras, por estado, região, na agricultura familiar, por atividade econômica, nos estabelecimentos com agroindústrias, bem como informações sobre políticas públicas, editais e publicações.
O observatório foi lançado pelo Mapa, em uma cerimônia aonde a pesquisadora Cristina Arzabe, da Superintendência de Estratégia (Suest), destacou a importância da plataforma para identificar quem são e onde estão as mulheres rurais no País.
“Antes isso não era feito, então havia uma invisibilidade em relação à presença das mulheres como dirigentes rurais. Por incrível que pareça, até 1988 a mulher não tinha direito à titulação da terra pela reforma agrária e nem à aposentadoria. Hoje, são quase um milhão à frente das propriedades rurais, fazendo um trabalho de grande relevância no campo junto com mais de 4,3 milhões de trabalhadoras rurais”, ressaltou.

Foto: Banco de imagens Embrapa – Pesquisadora Cristina Arzabe apresenta a plataforma Observatório Mulheres Rurais
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, também destacou a importância dos dados disponibilizados no Observatório para elaboração de políticas públicas. “O Brasil é carente de dados. Esses dados nos dão a oportunidade de conhecermos a realidade das mulheres do campo”, disse, acrescentando a importância da participação feminina na produção de alimentos e combate à insegurança alimentar global.
