Produtor tira 240 litros/dia em um área de apenas 14 mil metros

por | out 6, 2022 | Editoria Especial, Editoria Especial Destaque, Leite | 0 Comentários

A pecuária leiteira vive tempos de novos desafios. O abandono da atividade tem se repetido desde o início do ano em muitas fazendas. Mas, em Minas Gerais, maior estado produtor do Brasil, a persistência da atividade também tem sido a realidade do pequeno produtor. No Sítio “Pensa Nisso”, zona rural de Monsenhor Paulo, o produtor Rosino Donizete, tem o leite como herança de família.

“Meus avós, meu pai, todos trabalharam com a agropecuária. Meu pai criou eu e meus cinco irmãos dentro da pecuária leiteira, e conciliando com a atividade de comerciante. Tenho mais cinco irmãos, e sou o único que continua no segmento, e agora estou passando para minha neta, que vai dar continuidade”.

Em uma área de 14 mil metros, o produtor consegue o grande feito de tirar uma média de 240 litros de leite por dia, isso com apenas 15 vacas em lactação. Para ele, um dos segredos é o manejo bem feito rotineiramente.

O produtor também investe bastante na nutrição animal, ele relata que a composição e a forma como produz sua silagem tem feito toda diferença no processo de nutrição do rebanho. “Você tem que produzir uma silagem rica em proteína de qualidade e com fácil absorção pra vaca. A quebra do grão do milho é muito importante e colher ele na hora certa também é essencial, para fazer uma silagem de qualidade e bem feita”, explica.

E mesmo com tantos desafios e dificuldades na pecuária leiteira, por aqui, a boa gestão tem feito diferença e garantido uma excelente produtividade, mesmo em uma área pequena.

“O preço do mercado a gente não consegue controlar, porque o mercado vem com preço definido. O leite é sempre baixa do que alta, vivemos até um momento atípico agora, que ele tá inflacionado. Mas, os custos de produção são altos, como pequeno produtor preciso tá atento a esses custos a todos mundo, acompanhando e anotando. porque a minha micro empresa é a vaca, eu tenho um plantel de 15 vacas em produção e eu não posso descuidar um minuto, o meu custo é tanto ou igual de um grande produtor”.

E em meio a tantas dificuldades, o produtor revela que faz questão de ter uma gestão impecável, porque persistir na pecuária leiteira, faz parte de uma paixão que vem de família. “O que motiva é os desafios, como qualquer atividade. Isso aqui é cativante, uma operação de produção que vem de família. Mas o que motiva é que eu tenho que trabalhar com eficiência, preciso saber qual meu limite, tá dando lucro? Tá, é possível? é possível, você tem que se controlar. Ter na ponta do lápis o total controle e mesmo com dificuldade, estou tendo retorno”.

Em um momento em que tanto produtores tem abandonado a atividade, o produtor tem passado a atividade para a neta, a jovem Manuela, que acompanha a rotina do rebanho constantemente.  “O leite, tem um lado afetivo né?! Relembro o tempo de criança, com meu pai tirando leite na mão, sabendo que aquilo era importante pra família. Hoje, vejo essa oportunidade com a minha neta. A própria atividade me oferece uma condição de dar atenção pra neta e ensinar pra ela. E ela adora”.

 

 

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