Você conhece os cafés na Amazônia? Sabe do potencial dos cafés Canéforas? Calma porque não estamos falando somente de alta produtividade, estamos falando de sabores especiais que começaram a surgir nessa região.
Um produtor do município de Cacoal, no interior de Rondônia, tem se destacado com uma incrível produção de cafés Canéforas especiais. Juan Travion, é cafeicultor e também Presidente da Associação Caferon – Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia e começou na região um trabalho minucioso de buscar por mais qualidade dos cafés amazônicos.

Há cinco anos dentro da cafeicultura, ele assumiu a frente de um trabalho que tem elevado o potencial dos cafés da região e destacado os sabores que podem ser extraídos de lavouras que por muito tempo foram subestimadas em termos de qualidade. O produtor possui muitas variedades em sua lavoura, e foi campeão com o café Canéfora 010 em um concurso recente realizado pela ABIC – Associação Brasileira das Indústrias do Café. Ele explica que essa mudança nos rumos da cafeicultura, surgiu há cerca de cinco anos. Juntamente com a Concafé, feira realizada na cidade todos os anos com foco na produção de cafés e cacau.
Juan explica como chegou até a cafeicultura por influência de seu pai, também cafeicultor. “Eu moro junto com meus pais e um dia, era umas 22hs e meu pai me gritou, dizendo que estava querendo plantar café. Desde então eu fui estudar sobre o café. Isso porque, no dia seguinte ele já estava limpando a área de plantio. Nesse momento, eu entendi, que ele realmente queria plantar. A partir daí fomos estudar sobre o café e, eu fui nas principais fazendas de café da região. Todas as famílias que estão envolvidas na região, eu visitei e fui aprendendo sobre espaçamento, quais os sistemas de irrigação. Eu não entendia nada disso, meu ramo era outro”.
Mas o café tomou espaço maior na vida do produtor. Hoje, com 90 hectares plantados e outros 50 em fase de plantio, Juan prepara outros 330 hectares também para o Canéfora. A produção em sua fazenda fica na média de 120 sacas por hectare, em uma colheita semi-mecanizada.
Tem chamado atenção o café que produzido a 200 metros de altitude apenas – muito pouco para os arábicas – e rendeu 88 pontos em concursos de qualidade.

“O café Robusta é uma planta que vegeta muito, e para ter uma boa produção, o ideal é que se tenha irrigação. Aqui nosso manejo é 100% irrigado a partir de nascentes da própria fazenda, onde aplicamos junto a isso técnicas sustentáveis”. Na fazenda após processo de via úmida, os resíduos do café viram composto orgânico que também é utilizado na fazenda.
Aqui, o produtor ainda realiza um trabalho junto aos demais produtores da região, realizando o beneficiamento de seus cafés. A associação a qual preside também realiza trabalho junto aos cafeicultores indígenas, que ganham cada vez mais espaço no mercado. Juan, explica o que o café se tornou em sua vida e os motivos deste trabalho. “O café representa a união com a minha família, e quando construímos isso aqui, foi com o propósito de crescer a qualidade dos cafés daqui, é isso, é por isso”, ressalta.
