Pesquisas recentes da Embrapa Algodão (PB), em parceria com a empresa Santa Anna Bioenergia (BA), apontam que o Agave tequilana, tradicionalmente usado na produção de tequila no México, começa a ganhar novos usos no Brasil. O estudo avalia a planta como alternativa para produção de etanol, alimentação animal e sequestro de carbono, mostrando seu potencial na diversificação da bioeconomia e na transição energética, especialmente no Semiárido brasileiro.
Segundo a Embrapa, outras variedades de Agave, como a sisal (Agave sisalana), também estão sendo analisadas para produção de biomassa. Atualmente, a sisalana é usada principalmente na indústria de cordas, tapetes e construção civil, mas apenas 4% da biomassa da folha é aproveitada na industrialização, o que indica oportunidades de melhor aproveitamento e geração de renda.
O Brasil lidera a produção mundial de sisalana, com 95 mil toneladas de fibra em 2023, concentradas em sua maior parte na Bahia, seguida pela Paraíba, que cultiva a planta em cerca de cinco mil hectares, de acordo com dados do IBGE.
A pesquisa da Embrapa enfatiza que o cultivo de Agave para fins energéticos pode trazer benefícios ambientais, como redução das emissões de gases de efeito estufa, além de gerar uma nova fonte de renda para produtores rurais em regiões adaptadas ao cultivo. A planta ainda apresenta vantagens em relação à resistência a períodos de seca, reforçando sua adequação ao clima semiárido.
O estudo indica que a expansão do uso do Agave pode conectar inovação e sustentabilidade, oferecendo ao produtor alternativas para diversificar sua produção e explorar novos mercados de bioenergia e produtos derivados da planta.
 
			  
 
									 
									 
									