A pesquisa realizada pela Embrapa Trigo e pela Universidade Federal de Santa Maria demonstrou que o trigo é capaz de sequestrar mais carbono do que emite para a atmosfera. Durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu 7.540 kg de dióxido de carbono por hectare da atmosfera, neutralizando as emissões dos períodos de pousio e garantindo uma oferta líquida de 1.850 kg de CO2 por hectare.
A pesquisa foi conduzida em uma lavoura de grãos em Carazinho, no Rio Grande do Sul, e utilizou uma torre de fluxo para avaliar as emissões de gases de efeito estufa. A torre de fluxo capturou informações por meio do método de Covariância de Fluxos Turbulentos ou Eddy Covariance (EC), que permitiu identificar o balanço de carbono em cada etapa do sistema de produção ao longo do ano.
A pesquisa envolveu profissionais de diferentes áreas, como engenheiros-agrônomos, físicos, matemáticos e profissionais da ciência da computação. O equipamento utilizado, a torre de fluxo, tem um alto custo de aquisição, podendo chegar a 180 mil dólares, mas permite obter respostas rápidas sobre os fluxos de gases no sistema, gerando uma base de dados sólida em apenas um ano. Isso contrasta com outras técnicas de campo que exigem longos períodos de tempo para obter resultados confiáveis em relação ao balanço de carbono no ambiente.
Os resultados da pesquisa fornecem parâmetros para orientar um manejo mais eficiente das áreas agrícolas visando a retenção de carbono e a produção de grãos de forma mais sustentável. Além disso, as informações geradas podem ser traduzidas em linguagem simples e acessível ao produtor e à assistência técnica, auxiliando na tomada de decisões práticas que possam ser adotadas nas lavouras.
