Olivicultura mineira prevê safra histórica em 2026 após clima excepcional em 2025

por | dez 17, 2025

A olivicultura de Minas Gerais se prepara para iniciar a colheita de azeite na virada do ano. A expectativa para 2026 é considerada uma das mais promissoras da última década. Segundo produtores e pesquisadores, as condições climáticas de 2025 foram amplamente favoráveis, garantindo floradas intensas, bom pegamento e desenvolvimento uniforme dos frutos.

Nesse ambiente de otimismo, a Câmara Técnica Setorial da Olivicultura, da Secretaria de Estado de Agricultura, completou um ano e realizou reunião nesta quarta-feira (4/12), na sede da Epamig, em Belo Horizonte. O encontro reuniu produtores, técnicos, pesquisadores e representantes do governo para discutir projeções e estratégias para a nova safra.

Safra 2026 deve superar resultado fraco de 2025 e se aproximar de recorde

A produção de azeite em 2025 fechou com apenas 60 mil litros, volume afetado pelo clima adverso de 2024. Agora, o setor trabalha com a possibilidade de superar amplamente esse número.
As oliveiras apresentam cargas elevadas e um padrão de desenvolvimento considerado excelente pelos especialistas.

Há expectativa de que o desempenho se aproxime do recorde da Serra da Mantiqueira, registrado em 2024, quando a produção atingiu cerca de 150 mil litros de azeite extravirgem — a maior safra já contabilizada na região.

O coordenador da Câmara Técnica e presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira, Moacir Batista Nascimento, reforça o otimismo: “2025 foi um ano excelente. As condições climáticas foram extremamente favoráveis: horas de frio, chuva no momento certo, florada intensa. As plantas estão muito carregadas, e a expectativa é de uma safra muito superior à do ano passado. Ainda não sabemos se vamos bater o recorde de 2024, mas vamos superar 2025 com certeza.”

Colheita começa em janeiro e se estende até abril nas áreas de altitude

A colheita deve começar já na segunda quinzena de janeiro, quando os primeiros frutos maduros aparecem.
O pico ocorre em fevereiro, estendendo-se até março. Em áreas de altitude mais elevada, como parte da Mantiqueira, os trabalhos podem avançar até abril.  De acordo com Pedro Moura, pesquisador de azeites da Epamig:  “Os produtores já estão se preparando. Na virada do ano, tudo precisa estar pronto para o início da colheita e para os lagares começarem a receber as azeitonas.”

Minas concentra 65% dos produtores e segue como referência nacional

Minas Gerais abriga cerca de 150 olivicultores. Considerando todo o Sudeste, esse número pode chegar a 200 produtores.
Aproximadamente 65% estão localizados no Sul de Minas, especialmente na Serra da Mantiqueira, onde a altitude elevada e as temperaturas frias formam o ambiente ideal para a floração e o bom desenvolvimento da oliveira.

Esse conjunto de fatores — clima, manejo adequado, expansão de áreas e aumento da experiência técnica — reforça o potencial da safra 2026, que pode marcar um novo capítulo na consolidação da olivicultura mineira.