O agronegócio brasileiro em uma década, produção de grãos em destaque

por | ago 9, 2023

Nos últimos dez anos, quando pensamos na produção de muitas commodities brasileiras, tivemos um crescimento considerável, que foi de extrema relevância para o Brasil. Somente a área de soja teve um avanço de aproximadamente 50%. O crescimento da produção brasileira foi de 33% nos últimos dez anos. E agora, o mercado segue de olho nas perspectivas que pairam ao redor dessas produções.

Afinal de contas, quais devem ser os números das commodities brasileiras em dez anos? Segundo o Sócio Diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, existe uma perspectiva de que o Brasil continue crescendo em sua produção de grãos. No entanto, ele pontuou questões importantes, como o crescimento da produção de soja e milho no Brasil, e a redução nos últimos anos da produção de grãos como feijão, arroz e algodão, que são culturas que em muitas regiões se tornaram de segunda safra.

Carlos ainda relembrou como mudanças comportamentais também têm influenciado nesse mercado, como o aumento do consumo de proteína no Brasil, que resultou em um aumento de produção de carnes no país.

Especificamente sobre a produção brasileira de milho, ele ressalta que muitos produtores deverão substituir a cultura. “O produtor vai trocar a área de milho de verão pela área de soja que tem nessa temporada uma rentabilidade melhor”, enfatizou Cogo.

Ainda segundo ele, na área de segunda safra não deve haver redução de área. No entanto, o avanço que o Brasil vinha registrando, de 13,5% de média de área, não deve prosseguir na próxima temporada, embora os custos sejam mais baixos. “Na próxima safra, eles vão encontrar também preços mais baixos e margens bastante estreitas, e o Brasil enfrentando diversos problemas internos de logística e infraestrutura para o escoamento dessa safra recorde de milho”, pontuou.

A necessidade é um ponto de equilíbrio, de acordo com o especialista, entre as safras recordes e a infraestrutura e logística para continuar avançando na produção de milho. “O Brasil precisa disso, estamos avançando muito rápido, crescendo a uma taxa de 5,5% na produção de grãos, uma taxa muito alta, a maior do mundo, e para isso precisamos ter um equilíbrio maior nas condições de armazenagem, portuárias, embarques de navios e agilizar muito essa questão de escoamento e estocagem para continuarmos no mesmo ritmo”.