No evento intitulado ‘Chamado Raoni’, ocorrido na última sexta-feira (28), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) aprovou um estudo com o objetivo de demarcar uma nova área indígena, abrangendo aproximadamente 362.243 hectares. O documento de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (TI) Kapôt Nhĩnore marca o ponto de partida em direção à efetivação dessa demarcação, o que poderá acarretar na desapropriação de até 201 propriedades rurais.
Nos próximos 90 dias, o estudo estará suscetível a possíveis contestações, principalmente devido à ocupação substancial da região por atividades produtivas.
O anúncio dessa determinação ocorreu durante um evento convocado pelo Cacique Raoni Metuktire na Aldeia Piaraçu, localizada em Mato Grosso (MT). O evento contou com a participação de líderes indígenas oriundos de diversas regiões do país, bem como autoridades relevantes.
Presentes no evento estavam a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a Presidente da Funai, Joenia Wapichana.
A área delimitada é tida como sagrada para o povo Kayapó, uma vez que abriga a aldeia onde nasceu o Cacique Raoni. Os povos indígenas têm pleiteado essa delimitação territorial desde a década de 1980, conforme atestam registros dos processos ligados às demarcações de terras indígenas.
Sônia Guajajara anunciou a identificação de 32 Terras Indígenas que foram mapeadas para a execução de ações de desintrusão, visando a remoção de ocupantes não-indígenas até o término deste ano. Ela também enfatizou que, ao longo deste ano, já foram homologados seis territórios, ressaltando que, ao longo de uma década, foram homologadas um total de 11 terras.
