O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deu início a ‘Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária’, movimento que ficou conhecido como ‘Abril Vermelho’. E o início foi com diversas invasões em várias partes do país e até mesmo em uma sede da Embrapa no Pernambuco. Desde o fim de semana várias fazendas no estado foram invadidas, terras consideradas latifúndios improdutivos pelos ativistas.
O MST alegou que as terras são improdutivas, pertencem ao poder público ou são de empresas que faliram ou possuem irregularidades tributárias perante o estado.
Já no Espirito Santo, uma empresa de celulose em Aracruz foi invadida também por um grupo do MST. Outras três fazendas da mesma empresa já haviam sido invadidas na Bahia neste ano, mas foram reintegradas pela empresa após decisão judicial.
Houve também invasão nas Superintendências Regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que foram invadidas em Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. Na Bahia o protesto foi na Assembleia Legislativa, pedindo pela reforma agrária.
As ações fazem parte de um pressionamento ao governo Lula para apresentar um plano de Reforma Agrária e atender a cerca de 100 mil famílias acampadas pelo Brasil inteiro.
“Invasão da Embrapa é crime”, aponta Ministro Carlos Favaro
A invasão a sede da Embrapa chocou a todos. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, chamou de ‘crime’ a invasão. O Ministro que está em Londres, esboçou em suas redes sociais sua posição contrária as invasões.
“Inaceitável! Sempre defendi que o trabalhador vocacionado tenha direito à terra. Mas à terra que lhe é de direito! A Embrapa, prestes a completar 50 anos, é um dos maiores patrimônios do nosso país. O agro produz com sustentabilidade se apoia nas pesquisas e todo o trabalho de desenvolvimento promovido pela Embrapa. Atentar contra isso está muito longe de ser ocupação, luta ou manifestação. Atentar contra a ciência, contra a produção sustentável é crime e crime próprio de negacionistas”.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), usou também suas redes sociais para para se manifestar sobre o que chamou de ‘movimento orquestrado.
