Mercado de suínos registra alta nos preços e oferta controlada em outubro

por | out 30, 2025

O mercado de suínos iniciou o quarto trimestre com movimento de valorização nas principais praças produtoras do país. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços do suíno vivo e da carne suína seguem em alta, sustentados pela oferta limitada de animais prontos para abate e pelo aquecimento da demanda interna.

Preços do suíno vivo sobem em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea

Em outubro, as cotações do suíno vivo acumulam aumento nas 28 regiões pesquisadas pelo Cepea.
Em praças como Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Triângulo Mineiro, Pará e Oeste da Bahia, a valorização média é de 3%.
Já em Goiânia, Rio Verde e Tocantins, o avanço chega a 5%, impulsionado pela demanda de frigoríficos e pela redução no volume de abates independentes.

De acordo com o Cepea, compradores que precisam cumprir escalas de abate têm ofertado valores acima da média para garantir o fornecimento. Essa dinâmica reforça o cenário de oferta restrita, principalmente em estados onde o custo de produção ainda pressiona a rentabilidade dos suinocultores.

 

Oferta controlada e custo de produção influenciam o mercado

A oferta ajustada de animais terminados tem sido um dos principais fatores de sustentação dos preços.
Por outro lado, os custos de alimentação — sobretudo o milho e o farelo de soja — permanecem elevados, limitando o ritmo de expansão da produção.

Segundo analistas, o comportamento do mercado demonstra cautela entre os produtores, que evitam aumentar o plantel diante das incertezas quanto à estabilidade das margens.
Mesmo assim, a demanda doméstica aquecida e o avanço das exportações de carne suína contribuem para manter o preço do suíno vivo em patamares firmes.

Exportações crescem e reforçam sustentação dos preços

O desempenho das exportações de carne suína também tem colaborado para o equilíbrio entre oferta e demanda.
De janeiro a setembro, o Brasil registrou aumento no volume embarcado, com destaque para os mercados da China, Hong Kong e Chile.
Essa ampliação das vendas externas tem garantido escoamento da produção e suporte aos preços internos, evitando quedas mais expressivas durante o período de maior custo sazonal.

Em São Paulo, uma das principais praças do país, os negócios com suíno vivo têm ocorrido na faixa de R$ 7,60 a R$ 7,80/kg, conforme indicam os últimos levantamentos do Cepea.

Perspectivas para o fim do ano

A expectativa para os próximos meses é de manutenção dos preços em patamares firmes, apoiada pela demanda de fim de ano e pelo aquecimento das exportações.
Entretanto, especialistas alertam que o ritmo de valorização pode perder força se houver recuo nos custos dos grãos ou aumento expressivo da oferta.

Em conclusão, o cenário da suinocultura brasileira em outubro demonstra equilíbrio delicado entre custos e receitas, com produtores atentos à eficiência produtiva e gestão do plantel para garantir rentabilidade e estabilidade diante das variações do mercado.