Carne: exportações e demanda interna em queda

por | fev 16, 2024 | Agropecuária Destaques, Mercado Destaque | 0 Comentários

As exportações e a demanda interna de suíno vivo e carne caíram em janeiro. Segundo o boletim de suinocultura de janeiro do Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea), com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de embarques da carne suína foi 20,7% menor em relação a dezembro de 2023, refletindo o baixo ritmo de exportações e também a demanda interna enfraquecida, devido ao menor poder de compra da população.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o motivo da queda é comum para esta época do ano, geralmente marcada por números abaixo da média devido a despesas extras. “A população está descapitalizada, com despesas muito tradicionais nesta época do ano, como IPTU, IPVA e materiais escolares, então opta por consumo de proteínas mais acessíveis, como embutidos e ovos, que causam menos impacto na renda média da família. Isso ocorre em outros setores da economia, com essa dinâmica bastante comum, de preferência por produtos mais baratos”. 

Apesar da queda em janeiro, o especialista explica que o mês de fevereiro deve apresentar preços mais firmes, com tendência de alta, tanto para carne suína quanto para carne bovina.

“Em relação a janeiro, a primeira quinzena realmente foi fraca em termos de demanda; tivemos um momento de consumo reduzido de carne suína no Brasil. Isso é normal e faz parte da sazonalidade do mercado. No entanto, observamos uma recuperação dos preços a partir da última semana do mês”, explicou o analista. 

Para 2024, a previsão é de um forte ritmo de embarques com margens satisfatórias, mas não serão estratosféricas, como vimos em anos anteriores. “Para os próximos meses, o Brasil deve alcançar recordes de embarques de carne suína, frango e um excelente desempenho nas exportações de carne bovina neste ano de 2024. No entanto, o ano ainda exigirá atenção por parte dos produtores de carne, devido ao grande volume de animais abatidos, especialmente bovinos, o que exercerá pressão sobre essas cadeias produtivas. Isso resultará em um aumento da oferta e disponibilidade interna no mercado brasileiro”, finalizou Fernando. 

 

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