LEITE: Preço pago ao produtor recua 13% e importações aumentam em setembro

O preço do leite pago ao produtor teve queda durante o mês de setembro. A Scot Consultoria apontou um recuo de 6% em comparação com o mês anterior.

A Embrapa Cileite – Centro de Inteligência do Leite, divulgou levantamento e apontou também uma forte queda, com destaque para o Paraná e Minas Gerais, onde a queda chegou a 13,1% e 8,6% respectivamente. Ainda de acordo com a Embrapa, todos os Conseleites indicaram forte movimento de baixa.

Gráfico: Embrapa/Cileite 

A queda teria sido motivada por dificuldades no escoamento da produção no varejo, com os produtos lácteos atingidos patamares mais altos. O recuo teria sido uma forma de incentivar preços melhores no varejo.

Já a captação do leite subiu nos dois últimos meses, segundo índice apontada pela Scot, na parte Centro-sul do país. Esse foi o resultado do aumento registrado no preço pago ao produtor nos últimos meses, o que levou a maioria a investir mais em alimentação e nutrição, o que impactou diretamente na produção da vacas nas principais praças do mercado. E na relação de troca com o milho, temos 33 litros para uma saca, um patamar positivo mas abaixo do que vinha sendo registrado anteriormente.

Foto: Valor Econômico

O Brasil também segue registrando aumento nas importações do leite, tendo como principais parceiros, Argentina e Uruguai. O volume de importação tem aumentado gradualmente nos últimos meses. Em agosto esse volume chegou a 18 mil toneladas e setembro a 21 mil toneladas. Isso porque a importação acaba sendo mais barata do que pagar pelo leite internamente no Brasil.

De acordo com a Scot Consultoria, a média ponderada por estados está de 2,79 o litro. Em relação ao preço pago ao produtor, o acumulado anual, aponta que mesmo com a queda registrada nesse mês, o preço aos produtores está 40% maior, o que aumento o poder de compra do pecuarista de leite.

Para o mês de outubro, há expectativa de mais melhora na captação, com a rebrota dos capins em muitas regiões. Existe também a expectativa de novos recuos, porém mais contidos.

Lácteos registram novas quedas preços

Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista recuaram ao longo de setembro, acentuando a queda nas cotações. O aumento da oferta de leite com maior produção no Sul do Brasil, somado a um elevado volume de leite via importações acabou exercendo pressão baixista nos preços. Apesar da queda acentuada na comparação mensal, houve uma melhoria nas vendas de leite UHT e queijo muçarela no final do mês, o que acabou segurando um pouco as cotações e interferiu no mercado Spot. A tendência é que os preços recuem também ao consumidor, com impacto positivo nas vendas. Os dados de emprego, renda e inflação estão indicando melhoras ao longo dos próximos meses.