O mês de julho foi marcado por mais um aumento de 6% nas importações de lácteos no Brasil. A situação, que tem gerado uma verdadeira crise entre os produtores de leite no Brasil, começa a gerar revolta e protestos, como ocorreu no Rio Grande do Sul. Cerca de 700 produtores de leite no município de Frederico Westphalen foram para as ruas protestar contra as importações de lácteos. Desde o início do ano, o Brasil já importou mais de 160 milhões de litros de leite. Essas importações vêm, em sua maioria, de países como Argentina e Uruguai, que compõem o acordo Mercosul, junto com o Brasil.
Segundo relatos de muitos produtores, as importações afetam negativamente o preço do leite, que atualmente está em torno de R$ 1,20 o litro na média nacional. Segundo os produtores presentes no protesto, o valor não é suficiente nem mesmo para cobrir os custos de produção. A situação, desde o início do ano, já levou muitos produtores a abandonarem a atividade.
Fotos: FetagRS
Os produtores pedem uma lista de medidas urgentes, entre elas:
- A revisão do acordo Mercosul, para que sejam limitadas as importações;
- Um sistema de subsídio para apoiar os pecuaristas de leite;
- Implementação de impostos específicos sobre o leite, trigo, vinho, milho e soja que são importados do Uruguai e Argentina;
- Uma política exclusiva para a Conab realizar importações de leite e derivados apenas em casos de escassez interna.
O protesto ocorreu de forma pacífica nesta terça-feira (27), com bloqueio da BR-386, no trevo do município de Frederico Westphalen. Segundo o governo do Rio Grande do Sul, o estado acompanha de perto a situação e segue disposto a dialogar com o setor leiteiro.