Uma nova frente fria se aproxima do Brasil e promete mudar o cenário climático neste final de abril. De acordo com a agrometeorologista Bruna Peron, da Rural Clima, o sistema deve avançar pelo Paraguai a partir desta semana, trazendo chuvas intensas e risco de temporais para o Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e também para o sul de Minas Gerais até sexta-feira.
“Apesar de o sistema se afastar para o oceano no fim de semana, ele ainda deve favorecer a formação de instabilidades nas regiões centrais do país”, explica Bruna.
Chuvas irregulares em Minas, Goiás e Tocantins
Após a passagem da frente fria, áreas como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Tocantins ainda poderão receber chuvas esparsas e irregulares, embora em menor volume. Com isso, cafeicultores e produtores devem ficar atentos à distribuição hídrica — especialmente nas regiões com solo já mais seco.
Tempo seco e queda nas temperaturas
Com o afastamento do sistema, o tempo firme e mais seco deve prevalecer no Centro-Sul, acompanhado de uma queda nas temperaturas — comportamento típico desta época do ano. Segundo a especialista, à medida que nos aproximamos de maio, esse padrão deve se intensificar:
“A partir da primeira quinzena de maio, é cada vez mais difícil que as frentes frias levem instabilidade até o centro do país. Mas no Sul, elas ainda continuarão atuando com alguma frequência ao longo do outono.”
Possível retorno da La Niña e tendência de tempo seco marcam reta final de abril no café
Atenção redobrada com chuvas fortes
Bruna ainda alerta para o potencial de chuvas fortes e volumosas especialmente entre o Paraná e São Paulo nesta semana. O risco de temporais é alto, exigindo atenção para áreas de lavoura, principalmente em regiões de colheita ou manejo mais delicado.
E o clima global?
A última atualização da NOAA, agência americana de clima, decretou o fim do La Niña e confirmou que estamos em um período de neutralidade climática. Ou seja: nenhum fenômeno de El Niño ou La Niña está em atuação neste momento. “Seguimos sem a influência de grandes fenômenos climáticos até, pelo menos, meados do segundo semestre de 2025”, conclui Bruna.
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