Estoque mundial de algodão cresce e pressiona preços no Brasil

por | fev 20, 2025

A produção global de algodão para a safra 2024/25 foi ajustada, alcançando 26,2 milhões de toneladas, um aumento de 200 mil toneladas em relação à previsão anterior, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O principal responsável por esse ajuste foi o crescimento da produção chinesa, que passou de 6,5 milhões para 6,7 milhões de toneladas, refletindo também no estoque final global de algodão.

O aumento da produção global, aliado a uma demanda mais fraca, tem exercido pressão sobre os preços, especialmente nos mercados internacionais. O mercado de algodão em Nova Iorque, com seus preços em queda, tem refletido essa dinâmica, o que também tem impactado a comercialização no Brasil, um dos maiores produtores de algodão do mundo.

No estado de Mato Grosso, maior produtor nacional, a comercialização da safra 2024/25 alcançou 49%, o que está abaixo da média registrada nos últimos cinco anos, que é de 61%. Apesar de uma previsão de colheita recorde, que pode até superar o desempenho do ano passado, o cenário não tem sido favorável para uma valorização significativa dos preços, dada a alta oferta global.

Segundo o Itaú BBA, a tendência é de que os preços internos no Brasil continuem pressionados pela combinação de um mercado internacional enfraquecido, com maior oferta e aumento nos estoques internos. No entanto, a valorização do dólar frente ao real pode amenizar essa pressão, oferecendo uma sustentação ao preço de exportação e, parcialmente, compensando a queda no mercado interno.