Entenda a persistência do La Niña e o seu impacto nas culturas brasileiras

por | jul 26, 2022

O fenômeno La Niña  que é o resfriamento das águas do oceano pacífico equatorial, tem persistido no Brasil desde  2020 e a sua atuação tem impactado muitas culturas agrícolas no país. Para o Brasil esse resfriamento tem representado áreas com aumento ou diminuição de chuva, aumento da frequência de ondas de frio ou até mesmo aumento do calor em algumas áreas.  A meteorologista Carine Malagolini Gama, do Climatempo, explica as consequências severas do fenômeno no Brasil, já que estamos passando pela terceira safra sob influência do La Niña.

“Por muitas vezes temos uma redução da chuva em algumas áreas, principalmente na região Sul do Brasil, que vive longas estiagens desde o verão de 2020.  A região voltou a chover de maneira mais expressiva durante o outono deste ano, exatamente por conta de outros fenômenos, não somente o La Niña, que modela as chuvas no Brasil”.

Durante o outono deste ano, a região teve um bloqueio atmosférico, que segurou as frentes frias, principalmente no Rio Grande do Sul. “Mas de maneira geral, o Rio Grande do Sul foi muito penalizado pela estiagem, pela falta de chuva durante a safra de verão 2020/21 e 22. E há previsão inclusive do próximo ciclo de seja marcado pelo fenômeno La Niña, com uma redução nas chuvas”.

O fenômeno é estudado desde o século passado e não há uma indicação quanto a sua periodicidade, quanto tempo dura e quando pode vir outro fenômeno. Existem atualmente indicativos, por exemplo, de outras oscilações oceânicas que em fases negativas podem favorecer a ocorrência do La Niña, o que vem ocorrendo nessa década.

Nesta imagem conseguimos ver que o fenômeno La Niña predominará entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Crescendo a neutralidade em meados do próximo verão.