As chuvas abaixo da média e as altas temperaturas registradas no Sul de Minas durante fevereiro de 2025 acenderam um alerta entre os cafeicultores da região. De acordo com o Boletim de Avisos Fitossanitários nº 317, divulgado pela Fundação Procafé, o volume médio de precipitação nas cidades monitoradas — Varginha, Carmo de Minas, Boa Esperança e Muzambinho — foi de apenas 98 mm, quando o esperado para o mês seria 195 mm.
Além do baixo índice pluviométrico, o armazenamento de água no solo atingiu níveis preocupantes. Em Varginha e Muzambinho, os níveis estão baixos, enquanto em Boa Esperança o armazenamento zerou. Esse cenário aumenta o risco de estresse hídrico nas lavouras, especialmente durante o período de granação dos frutos.
“Os produtores devem ficar atentos para possíveis veranicos no início de março, que podem comprometer o enchimento dos grãos. Os cafeicultores com sistema de irrigação devem considerar complementar as chuvas”, recomenda a equipe técnica da Procafé.
Temperaturas acima da média
A média das temperaturas também ficou acima dos valores históricos. A média esperada para a região era de 22,3°C, mas os dados apontam 23,3°C neste início de ano — com exceção de Carmo de Minas, onde a média ficou levemente abaixo. O aumento da temperatura agrava ainda mais os efeitos do déficit hídrico.

Hands that are picking coffee beans from the coffee tree
Doenças e pragas sob controle, mas com atenção à ferrugem
Apesar do estresse climático, o boletim aponta baixo índice de pragas e doenças nas lavouras monitoradas. Em Boa Esperança, por exemplo, não houve registro de ferrugem, enquanto em Carmo de Minas e Varginha a incidência ficou em torno de 6% das folhas infectadas. Já a doença phoma, que tende a se manifestar com mais frequência em períodos de estiagem, foi observada em Carmo de Minas, com média de 5,5% de incidência.
Monitoramento contínuo
A Fundação Procafé orienta que os produtores mantenham o monitoramento constante das lavouras, especialmente nas áreas mais suscetíveis, como o terço médio e inferior das plantas. O acompanhamento frequente das condições hídricas e fitossanitárias é essencial para mitigar perdas nesta fase crítica da lavoura.
 
			  
 
									 
									 
									