Conab estima safra de grãos brasileira em 320 mi de toneladas

por | ago 11, 2023

A projeção para a colheita de grãos na temporada 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas, refletindo um aumento significativo de 17,4% em comparação com a safra anterior. Essa expansão representa um acréscimo de 47,4 milhões de toneladas em relação ao ciclo passado. Os dados foram divulgados no 11º Relatório da Safra de Grãos, apresentado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (10). Essa conquista é resultado da conjunção de ganhos em áreas cultivadas e na produtividade das plantações. Enquanto a extensão de terras cultivadas cresceu 5% em relação à temporada 2021/22, atingindo 78,3 milhões de hectares, a produtividade média também experimentou um aumento de 11,8%, passando de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, atribui o alcance da marca de 320,1 milhões de toneladas principalmente ao progresso na colheita do milho segunda safra, que tem apresentado produtividades superiores às estimativas iniciais, aliado ao desempenho otimizado das demais culturas ainda em fase de cultivo. Ele ressalta que esse recorde reforça o destaque da safra brasileira de grãos.

A colheita do milho segunda safra continua avançando e já ultrapassou a marca de 64,3% da área plantada, de acordo com os dados do Progresso de Safra publicados pela Conab nesta semana. Caso esses números se confirmem, a produção estimada para a segunda safra de milho ultrapassará a marca de 100 milhões de toneladas, configurando a maior colheita já registrada. Para a terceira safra, apesar de ter havido relatos de períodos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares têm favorecido o crescimento saudável das lavouras em geral. Com base nesse desempenho, a colheita total do cereal está projetada em cerca de 130 milhões de toneladas, representando um aumento de 16,8 milhões de toneladas em relação à temporada anterior.

No setor do algodão, a previsão da Conab é de uma produção de 7,4 milhões de toneladas de algodão em caroço, correspondendo a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, que teve início em junho, registrou cerca de 30% de avanço até julho, marcando um atraso em comparação com o mesmo período da safra anterior, quando atingiu 49,3%. Contudo, as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras, que estão apresentando um bom crescimento.

No caso do feijão, estima-se uma colheita 2,6% maior em comparação com a temporada 2021/22, totalizando cerca de 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas favoráveis têm contribuído para o crescimento saudável das lavouras, que se encontram principalmente nos estágios de floração, enchimento de grãos e maturação.

No contexto dos produtos da safra de verão, a produção estimada é de 154,6 milhões de toneladas de soja e 10,03 milhões de toneladas de arroz. No que diz respeito à soja, merecem destaque o estado do Mato Grosso, o maior produtor nacional, com uma colheita esperada de 45,6 milhões de toneladas, e a Bahia, onde se prevê a maior produtividade, atingindo 4.020 kg/ha, graças ao uso eficiente de tecnologia agrícola e condições climáticas altamente favoráveis. Quanto ao arroz, mesmo com condições climáticas mais propícias, a produção registrou uma redução devido a uma área plantada 8,5% menor.

No âmbito das culturas de inverno, o plantio praticamente encerrou em julho. O trigo, principal cultura cultivada, apresentou um aumento de 11,2% na área plantada, totalizando 3,4 milhões de hectares. Consequentemente, a produção de trigo está projetada em 10,4 milhões de toneladas, um volume comparável ao obtido na safra passada.