Como o azeite brasileiro tem ganhado mais espaço no mercado?

por | jan 11, 2024 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Agropecuária Destaques | 0 Comentários

Perspectivas mostram boa aceitação e mais espaço no mercado para os azeites brasileiros

Os azeites brasileiros ganham cada vez mais espaço no mercado global. A excelência na qualidade e os muitos sabores extraídos das montanhas de Minas Gerais, tem repercutido mundo afora.  As primeiras oliveiras chegaram ao Brasil por volta de 1935, por meio de imigrantes portugueses, no município de Maria da Fé, no Sul de Minas Gerais. A criação da EpamigEmpresa Mineira de Pesquisa Agropecuária, em 1974, intensificou os estudo entorno da cultura. E no ano de 2008, a empresa realizou a primeira extração nacional do azeite de oliva. O fato foi marcante porque iniciou uma série de plantio de oliveiras em todo estado.

“A partir daí tivemos um grande crescimento no número de plantios, hoje temos cerca de três hectares plantados, mais de 200 produtores e entorno de 80 marcas de azeites nacionais. E a produção na Serra da Mantiqueira tem se destacado por um azeite de muita qualidade”, enfatiza o pesquisador da Epamig em Olivicultura, Pedro Moura.

A Epamig ainda realiza muitas pesquisas na parte agronômica relacionada a produtividade no estado, no entanto, no quesito qualidade, os azeites mineiros seguem sendo comparados aos melhores do mundo. “Temos alcançado excelência em qualidade com nossos azeites, isso está sendo comprovado nos muitos concursos que nossos produtores têm participado nos últimos anos. E isso é algo que impacta a vida do produtor e o mercado também”, explica Moura.

Os azeites premiados em Minas Gerais se tornaram comum, no ano passado várias marcas foram consagradas no mercado europeu inclusive. E recentemente o Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, concedeu a primeira certificação para um azeite extravirgem.  O sucesso dos azeites mineiros, fomentam também o turismo gastronômico e rural, impactando a vida dos produtores.

“Nossa produção de azeite ainda é muito pequena em relação ao consumo nacional. Então esses produtores, que tem recebido premiações, estão conseguindo agregar valor ao produto, atraindo os visitantes para os olivais. As pessoas hoje buscam conhecer as propriedades, conhecer o processo de extração do azeite e tudo isso influência em toda cadeia produtiva da olivicultura”, ressalta Moura.

Sem dúvida o terroir da Serra da Mantiqueira tem influenciado bastante na qualidade dos azeites mineiros. Mas além disso, os métodos de extração, e todo processo de pós-colheita também têm impactado nesses sabores.

Quebra na safra 2023

E assim como várias outras culturas, a olivicultura também vem sendo castigada pelo clima. Esse inclusive se tornou o maior desafio para a cultura mundialmente. Nos últimos meses, a Europa, que detém 75% da produção mundial de azeite, teve sua safra impactada pela ausência de chuvas. Associada as dificuldades climáticas, o surgimento da bactéria Xylella, agravou ainda mais a situação.

E no Brasil, não foi diferente. Minas Gerais, sendo um importante produtor de oliveiras, também teve quebra de safra por conta de fatores climáticos. A última safra recorde do estado, foi em 2022, quando foram produzidos 120 mil litros. Já em 2023, esse número caiu para 60 mil litros.

Para este ano, a expectativa é que o estado supere a produção do ano passado. No entanto, o clima segue sendo o maior desafio dos olivicultores. “Isso porque o clima influencia a condição do solo, pragas e doenças, que podem interferir no resultado, mesmo o produtor tendo cuidado com a lavoura”, explica Moura.

Segundo o pesquisador, Minas Gerais ainda deve ganhar mais espaço no cultivo das oliveiras, principalmente à medida que for avançando com suas pesquisas.

 

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