Combate a dengue nas propriedades rurais

por | fev 22, 2024 | Editoria Especial, Editoria Especial Destaque, Sem categoria | 0 Comentários

Os mosquitos da dengue são mais comuns na área urbana, mas diante da epidemia que estamos enfrentando no Brasil, as áreas rurais também estão sendo afetadas. Segundo a coordenadora estadual de Saneamento Ambiental da Emater-MG, Jane Terezinha Leal, isso ocorre devido ao transporte involuntário dos mosquitos por diversos meios, muitas vezes com a ajuda do homem.

“Em algumas situações, as pessoas podem transportar o mosquito involuntariamente. Por exemplo, um carro parou na cidade, o mosquito entrou, o carro foi para área rural e o mosquito foi junto”, explicou a coordenadora de Saneamento Ambiental.

Embora o raio de voo da fêmea do mosquito raramente ultrapasse os 200 metros em regiões com aglomeração de pessoas, em áreas sem barreiras pode chegar a um quilômetro. Além disso, devido à falta de condições ideais de saneamento em áreas rurais, são criadas condições propícias para a proliferação dos mosquitos.

“A falta de condições de saneamento em áreas rurais é um problema que enfrentamos, estando muito aquém do que deveria ser. Ainda faltam alternativas implantadas de saneamento, como coleta de lixo, tratamento de esgoto e distribuição de água tratada para a população rural. Isso agrava o problema das arboviroses, como a transmissão do mosquito da dengue, zika e chikungunya”, disse Jane Terezinha.

Então, é fundamental que a população mantenha um trabalho de prevenção contra a doença, uma vez que os cuidados para evitar a doença são muito semelhantes tanto na área rural quanto na área urbana.

“Depois que a presença do mosquito já está estabelecida, é essencial o uso de protetor solar, repelente e proteção nas janelas, como telas. Deve-se evitar qualquer tipo de água parada, realizando vistorias em pratinhos de flores e plantas próximas à residência, como em varandas. Além disso, nas áreas rurais, é de suma importância a adoção de ações de saneamento, pois se a população rural implementar essas medidas, retiramos do ambiente as condições propícias para proliferação do mosquito”, informou a coordenadora Jane.

 Em relação ao esgoto doméstico, que é outro problema sério, aproximadamente 70% dessa população não tem acesso à destinação adequada dos esgotos produzidos nas residências. “É uma questão ambiental crucial; se não houver coleta regular, o lixo pode ser inadequadamente armazenado em locais que propiciam o acúmulo de água involuntário. Aí começa o ciclo, com o mosquito depositando os ovos que eclodem na água, passando pela fase de desenvolvimento da larva e da pupa, até se tornarem mosquitos. Portanto, a presença de água para que esses ovos se desenvolvam acaba contribuindo para a propagação da doença também entre os moradores das áreas rurais”, finalizou Jane. 

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