Cientistas buscam grão de café resistente ao calor

por | mar 2, 2023 | Agropecuária Destaques, Tecnologia, Tecnologia Destaque | 0 Comentários

Enquanto produtores buscam aprimoramento na qualidade, laboratório quer fortalecer a genética do grão de café devido às alterações climáticas pelas quais o mundo atravessa.

 A mudança climática é uma grande ameaça para o futuro da produção global de café, pois as condições climáticas extremas e o aumento das temperaturas podem reduzir a produtividade e afetar a qualidade da safra. Em resposta, cientistas no Brasil estão tentando desenvolver um grão de café resistente ao calor, tolerante à seca e mais resiliente às mudanças climáticas.

A equipe da Universidade “Southern Cross University”, sediada em Nova Gales do Sul, na Austrália, está usando técnicas de engenharia genética para identificar genes associados ao aumento da tolerância ao calor, à seca e a outras condições. climáticas O experimento é realizado com o fomento governamental, sem fins lucrativos.

Os especialistas em produção agrícola, solos e genética, alterando os genes em variedades de plantas de café já existentes para aumentar sua capacidade de resistir a condições climáticas adversas e flutuações de temperatura. Além disso, a equipe também está explorando outras tecnologias, como interferência de RNA, para aumentar a resistência natural da planta às mudanças climáticas. Se for bem-sucedida, esta pesquisa poderá ajudar a garantir a sustentabilidade a longo prazo da produção de café e evitar a perda generalizada de colheitas devido à mudança climática.

O pesquisador Tobias Kretzschmar, diz que o estudo está sendo desenvolvido em 23 países, e os experimentos são feitos com 25 variedades de café em várias regiões do globo, muitos da América Latina, Vietnã, Indonésia e da África, como comparação das variedades mais resistentes. “O estudo tem por objetivo uma visão global de café, encontrando variedades que sejam fortes e apropriadas em quaisquer ambientes. A seca e geada no Brasil, por exemplo, foram fatores-chave para elevar os preços do café em 2021, chegando ao maior patamar em 10 anos”, frisa.

Ainda segundo o pesquisador, a origem do estudo se deu devido informações recentes do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo que aponta as alterações climáticas como poderão ser responsáveis por eliminar 45% do café arábica no mundo, o que seria devastador para o setor, sendo que “125 milhões de pessoas tem como subsistência a produção de café”.

A busca da pesquisa, portanto, é pelo fortalecimento genético perpétuo da planta, enquanto, por outro lado, a maioria das pesquisas buscam questões para aumentar a qualidade do café em todo processo.

 

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