Chuvas persistentes e altas temperaturas devem marca verão no Brasil

por | jan 3, 2023

As previsões da Rural Clima, apontam para um verão tipicamente chuvoso no Brasil nessas primeiras semanas de janeiro. Uma frente fria localizada no Sul do Brasil, deve se deslocar e atrapalhar um pouco o andamento da colheita da soja, na região de Mato Grosso. Essa frente fria, deve se posicionar na faixa Centro-Norte do Brasil.  Ainda de acordo com a Rural Clima, o mês de janeiro deve ser mais úmido no Sul, com chuvas mais frequentes e uma frente fria passando pelo menos uma vez por semana.

“Teremos ora chuvas mais intensas, ora chuvas mais irregulares, mas sempre chovendo. E esse é um cenário diferente de um ano atrás, quando por falta de chuva, as temperaturas foram altamente elevadas. Esse ano, a La Niña vem perdendo força e o Atlântico começou a mostrar aquecimento, o que será um bom sinal para chuvas na região Sul”, explica o agrometerelogista da Rural Clima, Marco Antonio.

Destaque também para a região central do Brasil, pegando alguns estados como, Amazônia, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, onde a previsão é de muita chuva no mês de janeiro.

O alerta fica para a colheita da soja, os tratos culturais do café, o plantio do milho e algodão segunda safra, e ainda, os tratos culturais da cana de açúcar, que podem ser prejudicados. “Esse cenário pode trazer problema para o produtor, se ele não souber a hora exata de dessecar sua soja, por exemplo, porque há muita chuva prevista para o mês de janeiro nessa faixa brasileira”.

E o cenário para a cafeicultura?

Os cafeicultores também estão em alerta em relação ao clima. Há dois anos sofrendo com intempéries climáticas, os cafezais estão em período de formação dos grãos, uma fase importante para a safra brasileira.

O agrometereologista explica que as chuvas como previstas, devem favorecer o cafeicultor, já que não estão previstas chuvas intermitentes e nem mesmo a ausência delas.

“Será um verão dentro da normalidade para as áreas de café e laranja. Única coisa que precisamos deixar ciente, é que nos momentos de tempo aberto, as temperaturas vão subir muito, as temperaturas vão ficar muito altas. E esse será um fato marcante aqui no Brasil”.

Algumas previsões em relação ao clima neste verão, tem apontado a probabilidade do fenômeno El Niño neste ano. Algumas previsões estendidas vêm indicando um aumento da probabilidade para ocorrência de El Niño a partir da metade de 2023. Mas o agrometereologista, Marco Antonio, ressalta que tudo ainda se trata de especulações e não é possível nenhum prognóstico que confirme o fenômeno. Segundo ele, realmente o La Niña está indo embora, e a previsão para a segunda metade do verão brasileiro, é um padrão de neutralidade.

“Com aquecimento das águas do pacifico, teremos um padrão de neutralidade, mas isso não quer dizer que você está sob efeito do El Niño. Porém, a situação muda algumas características atmosféricas”, destaca.