As áreas cafeeiras de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo enfrentarão um período de chuvas irregulares e temperaturas elevadas nos próximos meses, conforme aponta Ludmila Camparotto, agrometeorologista da Rural Clima. Segundo ela, embora haja previsão de retorno das chuvas ainda em fevereiro, os volumes devem variar consideravelmente entre as regiões produtoras.
Chuvas retornam, mas com irregularidades
Até o fim de fevereiro, é esperado um retorno das chuvas para as áreas cafeeiras de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Entretanto, Camparotto alerta que esses volumes serão bastante irregulares, podendo oscilar de forma significativa entre as diferentes localidades. “Uma área pode receber mais chuva, enquanto outra próxima pode registrar volumes muito baixos”, explica. A expectativa é de cerca de 30 mm acumulados ainda em fevereiro, mas essa quantidade pode variar.
Para a primeira semana de março, a previsão também aponta para precipitações desuniformes. Apenas a partir da segunda quinzena do mês é que se espera um volume mais significativo e chuvas mais frequentes, o que pode beneficiar as lavouras.
Condição climática em outras regiões cafeeiras
Em Rondônia, a situação climática é mais favorável, com chuvas regulares contribuindo para o bom desenvolvimento das lavouras. Por outro lado, na Bahia, as precipitações seguem irregulares, com exceção do oeste do estado, onde são esperadas chuvas na próxima semana e no início de março.
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Bloqueio atmosférico influencia clima nas áreas cafeeiras
Um dos fatores determinantes para esse padrão de chuvas irregulares e calor intenso é um bloqueio atmosférico sobre a região Sudeste. De acordo com Camparotto, esse bloqueio é causado por ventos em altos níveis (VK), que impedem a formação de nuvens de chuva e dificultam o avanço de frentes frias vindas do Sul do Brasil.
A presença desse sistema de alta pressão tem mantido as temperaturas elevadas, especialmente em Minas Gerais e na divisa com a Bahia. Apesar de ser um fenômeno comum para o verão, a persistência desse bloqueio tem acentuado o calor e reduzido a ocorrência de chuvas em alguns períodos.
Tendência para os próximos meses
Os cafeicultores devem estar atentos à tendência climática para os próximos meses. Fevereiro, março e abril devem continuar com padrão de chuvas irregulares, enquanto as temperaturas seguirão elevadas, especialmente nos períodos sem precipitação.
“Ainda podemos ter ondas curtas de calor em março, mas já observamos uma tendência de normalização das temperaturas a partir de abril”, destaca Camparotto. Embora os valores estejam mais baixos do que no ano passado, esses momentos de calor excessivo podem impactar o desenvolvimento das lavouras.
Com esse cenário, o planejamento e a gestão hídrica serão fundamentais para os produtores enfrentarem os desafios climáticos e garantirem boas condições para a safra de café em 2025.
