Após meses marcado por condições climáticas adversas, como, altas temperaturas e escassez de chuvas, as lavouras cafeeiras no Sul de Minas e em outras regiões produtoras do país, tiveram um volume de chuva considerável nos últimos dois meses.
Os dados da Fundação Procafé, apontam que somente no mês de novembro, a média pluviométrica do Sul de Minas ficou em 246,9 milímetros. Destaque para algumas cidades, como, Muzambinho que registrou 295mm no mês.
Já temperatura média registrada na região, ficou em 21,3ºC. O município de Boa Esperança, foi o que registrou a maior temperatura na região em novembro, 22,9ºC. Na Mogiana Paulista, a cidade de Franca registrou 283,5 milímetros no mês, e a temperatura chegou a 22,9ºC.
Os volumes registrados trouxeram um alívio significativo para as lavouras, que já apresentam condições melhores e favoráveis para o desenvolvimento vegetativo e frutífero do café.
Segundo André Moraes, pesquisador da Fundação Procafé, o cenário atual é de recuperação. “As árvores estão se desenvolvendo normalmente, mas, por terem sofrido com a seca, apresentarão uma safra frustrada. Agora, com o volume de café nas plantas sendo baixo, a energia está sendo direcionada para o crescimento vegetativo, o que pode influenciar positivamente a safra de 2026,” explica André.
Desde o início das chuvas, as precipitações estão acima das médias históricas, enquanto as temperaturas estão alinhadas com os parâmetros habituais, criando um ambiente favorável para os cafeeiros.
Atualmente, as lavouras estão na fase de expansão e granação dos frutos. André detalha que a expansão, caracterizada pelo crescimento do fruto, está no final, enquanto a granação, que corresponde ao enchimento do grão, está em andamento.
“Esse processo está ocorrendo de forma satisfatória devido às boas condições climáticas recentes. Contudo, a safra de 2025 será mais fraca, especialmente para o arábica na região Sul de Minas,” afirma o pesquisador. Ele acrescenta que a produção de arábica deverá ser menor que em 2023 e 2024, enquanto o Conilon, especialmente no Espírito Santo, terá uma safra robusta, contribuindo para o balanço nacional.
Apesar da recuperação climática, o momento exige atenção dos produtores em relação às pragas e doenças. André destaca a broca e a ferrugem como principais preocupações. “A broca está em época de revoada, e o controle deve ser realizado agora e no próximo mês. Já a ferrugem requer uma abordagem preventiva, pois começa a surgir nessa época,” orienta ele.
Leia também:
Verão: temperaturas amenas, e picos de calor no café
Procafé fala sobre possibilidade real de faltar café em 2025
Além disso, vale lembrarmos que estamos na fase de atividades intensas nas propriedades, como adubação, controle de mato e aplicação de produtos foliares. O cenário aponta para desafios e oportunidades. Enquanto as perdas das safras anteriores não podem ser revertidas, o bom manejo atual é essencial para mitigar impactos futuros e garantir a sustentabilidade das lavouras.
