No último domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 10% sobre importações da China, justificando a medida com preocupações sobre imigração e tráfico de drogas. A decisão gerou reações imediatas dos países afetados.
O Canadá respondeu com tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos, atingindo itens como bebidas alcoólicas, alimentos e eletrônicos. O primeiro-ministro Justin Trudeau criticou a medida, destacando que ela prejudica tanto canadenses quanto americanos e defendendo o diálogo como alternativa mais vantajosa.
No caso da China, Pequim levou a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC) e condenou as tarifas, mas sinalizou interesse em negociar para evitar uma escalada do conflito comercial. O governo chinês contestou a justificativa dos EUA, alegando que a crise do fentanil é um problema interno americano e reforçando seu compromisso anterior no combate ao narcotráfico. Além disso, Pequim ressaltou que a imposição das tarifas viola regras do comércio internacional.
Apesar de recorrer à OMC, a contestação chinesa tem efeito limitado, já que o sistema de solução de disputas do órgão está paralisado desde 2019 devido ao bloqueio dos EUA à nomeação de juízes. Dessa forma, o movimento chinês serve mais como um posicionamento estratégico para defender um comércio baseado em regras.
Especialistas acreditam que, apesar das tensões, a China buscará um acordo com os EUA para reduzir os impactos das tarifas, especialmente devido às fragilidades de sua economia. O superávit comercial chinês de quase US$ 1 trilhão no último ano representa um ponto de vulnerabilidade, levando Pequim a reforçar sua autossuficiência em setores estratégicos e fortalecer alianças internacionais.
Já o México também prometeu retaliar, mas sem detalhar as medidas. A presidente Claudia Sheinbaum criticou as acusações de Trump sobre supostas alianças com organizações criminosas e reafirmou o compromisso do país no combate ao tráfico de drogas, incluindo o fentanil. Ela destacou a importância da cooperação entre as nações, mas rejeitou qualquer imposição unilateral dos EUA.
