As últimas chuvas que atingiram as regiões cafeeiras de Minas Gerais representaram motivo de preocupação entre muitos produtores. Mas do ponto de vista técnico, o que representa o granizo em muitas lavouras que estavam prontas para a colheita? O pesquisador da Fundação Procafé, Alisson Fagundes, responde sobre o ponto de vista técnico.
“Para a lavoura com alta carga, o café vai para o chão e perde qualidade, deixa de ser um café de árvore e passa a ser café de varrição; já no cenário aonde a lavoura tem uma carga de média a baixa, o produtor espera colher o melhor dessa lavoura em 2024, e nesse cenário de granizo, o café também é derrubado, perde em qualidade, além do maior prejuízo que é a redução da produção para a safra seguinte. O produtor vai estar perdendo em qualidade e em produtividade”.
E depois de dois anos consecutivos de ocorrências climáticas severas que prejudicaram fortemente a cafeicultura, muitos produtores trabalham projetando uma colheita melhor no ano que vem. Em relação as lavouras esqueletadas ou podadas ele explica que a preocupação também é com a produtividade.
“Para essas lavouras com produção projetada para o ano que vem, vai depender muito da intensidade da chuva de granizo. Nesse caso podemos ter dois cenários, uma chuva com uma intensidade leve a ponto de um tratamento fitossanitário para evitar o surgimento de doenças ou ao ponto de ser uma chuva de granizo que estraga muito a planta fazendo com que ela não tenha produção em 2024”.
No entanto mesmo com a preocupação entre os produtores, o pesquisador destaca que a ocorrência não representa risco significativo para essa safra e alerta a necessidade do seguro rural.
“É significativo para o produtor que teve o infortúnio. Por isso sempre falamos da importância do seguro agrícola que proteja o produtor, porque em uma situação dessa ai, o produtor fica com o prejuízo sozinho”, ressalta.
