Café: Baixa produção no Brasil e alta dos preços no mundo

por | ago 29, 2022 | Agenda Agrícola, Agenda agrícola Destaque, Café | 0 Comentários

Até o final da semana passada, a colheita de café da safra brasileira 2022/23 estava em 95%. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado. E a baixa produtividade deste ano, que já é conhecida mundialmente, começa a preocupar e impactar no mercado mundial.

O ano de 2022, que é de bienalidade positiva, deveria aumentar a produção brasileira de café. Mas a ocorrência de seca e logo em seguida geadas nas principais regiões produtoras em 2021, resultou nesse cenário.

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, elevou a sua projeção há duas semanas para 53,2 milhões de sacas de 60 quilos. A Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, estimou 53,4 milhões de sacas.

Mas os levantamentos de Safras & Mercado, apesar de apontarem números maiores que a expectativa, assustam, devido ao baixo volume de café desta safra. A estimativa inicial da Safras e Mercado, é que o Brasil iria colher 61,1 milhões de sacas de 60 quilos. No entanto, até então os dados mostram que já foram colhidas 58,28 milhões de sacas.

Segundo o consultor de Mercado, Gil Barabach, a colheita do café arábica está na reta final e do café conilon, os trabalhos já foram encerrados. Ainda em levantamento, os dados mostram que a produção está aquém dos 95% da média do mesmo período, nos últimos cincos anos.

O mundo e a baixa safra brasileira

Já existem previsões no mercado em relação a essa queda na produção brasileira de café este ano. A safra baixa pode impactar fortemente o aumento nos preços da commoditie no mundo todo.

E por conta da expectativa, que já vinha sendo alimentada e agora começa a se tornar realidade, os futuros do café em 2021 já começaram a bater os recordes dos últimos 10 anos. O valor do quilo de arábica brasileiro subiu para US$ 2,58 e se estabilizou em US$ 2,23, valor superior ao de anos anteriores.

E não só o Brasil teve a safra prejudicada por intempéries climáticas, na Colômbia a situação se repete e segundo informações, em algumas fazendas os rendimentos devem cair pela metade. Situação que complica ainda mais o cenário, já que a Colômbia é um grande exportador de café no mercado mundial.

O fornecimento internacional de café está entre as pautas que preocupam o setor. Além dos problemas com o rendimento deste ano, dificuldades na logística global e o aumento dos custos de transporte ameaçam esse fornecimento.

Leia também