As exportações de frutas brasileiras tiveram uma queda de 16,7% em comparação com o ano de 2021. Segundo dados da secretaria de Comércio exterior – Secex, o Brasil exportou 614 mil toneladas na parcial deste ano, de janeiro a setembro. A receita de arrecadação chegou a US$585,5 milhões, o que representa um recuo de 16,1% também em comparação com o mesmo período de 2021. Ainda segundo os dados da Secex, mesmo que os últimos meses do ano sejam, tradicionalmente, de envios intensos de importantes frutas da pauta de exportação brasileira (como manga, melão, melancia e uva), o setor não espera recuperação total do menor desempenho registrado até agora.
De acordo com o Centro de Estudos de Economia Aplicada – Cepea, pesquisadores indicam as dificuldades logísticas, margens apertadas e guerra no leste europeu, estão entre os principais motivos de limitação do escoamento de frutas para o mercado externo. No caso da oferta, o clima desfavorável neste ano também foi um dos fatores que prejudicou a produção de muitas frutas no Brasil, o que reduziu a disponibilidade ao mercado externo. Quanto à logística, agentes do Cepea, relataram faltas de contêineres e de navios e aumentos nos preços dos fretes marítimos e aéreos.
As margens, por sua vez, foram pressionadas pelo fato de os preços de negociação da maioria das frutas não ter sido reajustado na mesma proporção do avanço verificado para os custos. Além disso, o câmbio também está limitando a rentabilidade do exportador em 2022. Em relação à guerra, o embargo econômico de diversos países à Rússia (devido à invasão à Ucrânia) gerou excedentes de produção de frutas nos tradicionais compradores do Brasil, como a União Europeia. Além disso, a guerra impulsionou os preços dos fertilizantes, elevando os custos de produção no Brasil e limitando a competitividade de algumas frutas.
