Greening avança até 70% em algumas regiões brasileiras

por | jul 19, 2024

 

A citricultura nacional está enfrentando um desafio com o avanço do greening, uma doença devastadora que tem se espalhado pelas lavouras de citros em todo o Brasil. Dados da Fundecitrus mostram um aumento de 56% na ocorrência do greening, acendendo um alerta para o setor.

O Brasil, reconhecido por ser um dos maiores produtores de laranja e suco de laranja no mundo, vê sua posição ameaçada pela proliferação dessa doença. O impacto do greening é severo, comprometendo a qualidade e o tamanho dos frutos, além de gerar prejuízos significativos para os produtores, que enfrentam perdas econômicas.

Guilherme Rodriguez, engenheiro agrônomo da Fundecitrus, explica: “O greening é causado por uma bactéria e transmitido por um mosquito vetor. A doença está presente nos principais países produtores de citros do mundo e não tem cura. Os prejuízos são drásticos.

O último levantamento realizado pela Fundecitrus em São Paulo e no Triângulo Mineiro revelou que 38% das plantas estão afetadas pela doença. A incidência, no entanto, varia consideravelmente de acordo com a região. No norte, a presença do Greening é baixa, com apenas 1% das plantas contaminadas. No extremo Sul, a taxa é de 11%, enquanto na região central a situação é mais crítica com índices de infecção que variam entre 50% e 70%.

Segundo Guilherme, medidas de manejo devem ser adotadas pelos produtores para controlar a doença. A primeira medida é o uso de mudas sadias. Em São Paulo, por exemplo, é obrigatório que a produção de mudas ocorra em ambiente telado, o que ajuda a prevenir a contaminação das plantas jovens. A segunda medida é o controle do inseto vetor, e a terceira é a eliminação de plantas doentes.

Garantir a saúde das plantas, controlar o inseto vetor e remover plantas doentes são essenciais para reduzir a quantidade de doenças e bactérias”, afirma Rodriguez. 

O engenheiro agrônomo ainda enfatiza a importância do controle durante o segundo semestre do ano. “Os dados históricos desde 2013 mostram que entre julho e novembro, temos os maiores índices de captura do inseto vetor. Portanto, esse é o período mais crítico para intensificar as medidas de controle no Brasil.

Ele recomenda que os produtores aumentem o rigor no manejo durante esses meses e colaborem com os vizinhos para realizar um manejo regional.Unir esforços com os produtores vizinhos é crucial para evitar que o inseto vetor se desloque de uma área para outra. O manejo regional pode ajudar a controlar a propagação da doença e proteger as lavouras de citros.

Além dessas medidas, é fundamental adotar um manejo integrado, que inclui o monitoramento das condições que favorecem a doença e a aplicação de diferentes métodos de controle. Isso pode ser feito de forma química, biológica e até cultural. Por isso, com a chegada deste período crítico, os produtores devem intensificar suas práticas de manejo para garantir a saúde das culturas e a qualidade dos produtos.