A expressiva alta no preço do cacau deve refletir no valor dos chocolates durante a Páscoa deste ano. De acordo com a Consultoria Agro do Itaú BBA, a menor oferta do produto, aliada a alta procura dos consumidores, impulsionou os preços da commodity na safra passada. Como consequência, há um repasse para os produtos finais, pressionando os preços do chocolate.
Para minimizar esse impacto no consumidor, a indústria chocolateira tem adotado estratégias como a redução do tamanho das porções e a ampliação da variedade de produtos no mercado. Essas medidas visam manter a acessibilidade dos chocolates, especialmente em uma data comemorativa tão relevante para o setor.
O cacau utilizado atualmente na produção de chocolates foi adquirido no final do ano passado, refletindo uma alta de 130% no preço da commodity em 2024. Esse aumento consolidou o cacau como o produto agrícola com maior encarecimento no ano anterior, conforme apontado pela Consultoria Agro do Itaú BBA.
Impacto das condições climáticas na produção
Fatores climáticos adversos nos principais países produtores da África também influenciaram a escalada dos preços. A escassez e o excesso de chuvas, somados ao aumento de pragas e doenças, comprometeram a produção no continente africano, o maior fornecedor mundial de cacau. Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, destaca que o envelhecimento das árvores, a adoção de práticas ecológicas e o baixo investimento em atividades agrícolas na Costa do Marfim e em Gana impactaram a produtividade. Juntos, esses dois países produziram 2,2 milhões de toneladas na última safra, volume insuficiente para atender à demanda global.
No Brasil, os estados da Bahia e do Pará são responsáveis por 95% da produção nacional de cacau. Para a próxima safra, a previsão é de maior produtividade, o que deve ampliar a oferta e contribuir para a redução dos preços. Apesar da expectativa de queda, os valores devem permanecer elevados em relação a períodos anteriores, segundo o Itaú BBA.
