Açaizeiros de terra firme gerados pela pesquisa cresce 675% no Brasil

por | mar 29, 2023 | Agropecuária Destaques, Tecnologia, Tecnologia Destaque | 0 Comentários

A área plantada das cultivares de açaizeiro (Euterpe oleracea) para terra firme desenvolvidas pela pesquisa agropecuária aumentou 675% nos últimos 12 anos, indica estudo conduzido pela Embrapa. Com sementes de qualidade genética superior e práticas de manejo adequadas, o cultivo do açaizeiro fora das áreas de várzea se expande na Amazônia e em outras regiões do Brasil e aumenta a oferta de frutos ao mercado. Efeitos positivos sobre a geração de renda nas propriedades agrícolas, na qualidade do solo e na conservação da biodiversidade também são registrados.

O monitoramento da adoção de tecnologias analisou as cultivares BRS Pará e BRS Pai d’Égua, lançadas, respectivamente, em 2005 e 2019. Essas cultivares são únicas no mundo para o plantio do açaizeiro em terra firme, uma vez que a palmeira é natural das áreas de várzea. O trabalho mostra que em 2010 havia no Brasil, principalmente no estado do Pará, 6.886 hectares de açaizeiro plantados com a cultivar BRS Pará. Em 2022, com as duas cultivares disponíveis no mercado, a área saltou para 53.374 hectares (39.800 hectares da BRS Pará e 13.574 hectares da BRS Pai d’Égua).

 

Pará, Amazonas, Maranhão, Rondônia, Bahia, Amapá e Roraima são os estados que mais se destacaram na adoção das tecnologias, de acordo com o monitoramento. “A estimativa de adoção é calculada a partir da comercialização de sementes e mudas pela empresa licenciada pela Embrapa”, explica o economista Aldecy Moraes, analista da Embrapa Amazônia Oriental. A conta considera plantios de 400 plantas por hectare em espaçamento de 5 por 5 metros, de acordo com as recomendações da pesquisa. O trabalho considera, ainda, uma porcentagem de perdas (50% para 1 quilograma de sementes e 20% a 30% para mudas para 1 hectare plantado) e os resultados são validados junto a produtores da região.

O monitoramento da adoção de tecnologias, segundo o analista Renato Castro, da área da Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, além de verificar o grau de sucesso das soluções desenvolvidas pela pesquisa, “traz um olhar mais rico, através dos diversos indicadores analisados, dos motivos pelos quais a tecnologia está sendo ou não adotada pelo produtor. Quando esses dados são tratados, consolidados e analisados, retroalimentam o sistema de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Empresa”, acrescenta.

O trabalho complementa a Avaliação de Impacto de Tecnologias, metodologia consolidada pela Embrapa e que avalia os impactos econômicos, sociais e ambientais das tecnologias desenvolvidas pela pesquisa. Profissionais de quatro Unidades da Embrapa na região Norte (Amazônia Oriental, Amazônia Ocidental, Amapá e Roraima) participaram da avaliação.

Fonte: Embrapa 

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