A ciência tornou o agro brasileiro potência mundial

por | out 25, 2023 | Editoria Especial, Editoria Especial Destaque | 0 Comentários

Sustentabilidade aliada a tecnologia deve direcionar o futuro do agronegócio brasileiro nos próximos anos

Como pensar em um dos maiores produtores de alimento nos próximos 20 anos? Você já se perguntou isso? Esse tema permeia as discussões dos organizadores do Rio+Agro, que acontece no Rio de Janeiro entre julho e agosto de 2024. Um dos principais cartões postais do país, deu o start ao projeto que deve aprofundar ainda os debates sobre os próximos passos da agricultura brasileira, hoje, baseada em pilares que têm sido fundamentais para o protagonismo que o Brasil vem assumindo: ciência e sustentabilidade.

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e, nos últimos anos, mostra cada vez mais a sua força. Com grande espaço e competitividade no mercado mundial, a produção brasileira ocupa um papel importante e de extrema relevância para garantir a segurança alimentar global. E a ciência teve um papel fundamental na construção disso ao longo das últimas décadas.  Um robusto investimento em pesquisa, tecnologia e inovação, resultou na parceria entre o setor público e o privado, que deu o verdadeiro impulso para o que somos hoje.

Durante o lançamento do projeto Rio+Agro, um dos organizadores, o empresário Carlos Favoreto, destacou a importância da agricultura brasileira no cenário mundial, que deve ganhar maior notoriedade não apenas pela produção, mas também por seus feitos além dela. “É preciso que todo produtor comece a aderir a esse movimento, melhorar a comunicação, deixar de apenas tirar pedidos e começar a ser um vendedor. Devemos pensar em várias gerações, considerar nossos filhos, netos e vizinhos, pensar por todos nós. Esse é o conceito da agricultura e do meio ambiente também. Essa é a oportunidade de mostrarmos ao mundo o que podemos fazer e demonstrar que com esse tipo de agricultura podemos dobrar nosso faturamento e deixar um ambiente melhor para as próximas gerações”, enfatizou.

A notória evolução da agricultura brasileira, tanto em produtividade, como em sustentabilidade, esteve ao longo dos últimos anos baseada em um trabalho árduo de pesquisa.  Tanto que alguns dados comprovam essa evolução, como um levantamento realizado pela Embrapa em celebração aos seus 50 anos. Esse levantamento mostrou que em uma década o Brasil saiu de importador para se tornar um dos maiores exportadores de alimentos, fibras e bioenergia do mundo.

Um dos grandes destaques nesse contexto é a incrível produção brasileira de grãos. Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial dessa produção, tanto que, nas últimas cinco décadas, ela foi incrementada em pelo menos cinco vezes. Na década de 70, por exemplo, a produção total de grãos no Brasil ficava em torno de 36,10 milhões de toneladas. Após 40 anos, a produção de grãos é estimada em 317 milhões de toneladas, conforme o último levantamento da Conab, que trouxe expectativas para a safra de 2023. Hoje, essa produção é cultivada em uma área que saltou de 27 para 77 milhões de hectares.

É importante destacarmos esse avanço na década de 70, pois foi nesse período que a ocupação do Cerrado brasileiro aconteceu. Neste ponto da história, a ciência foi importante para transformar o cenário no Centro-Oeste do Brasil. Uma região que era praticamente desabitada é hoje uma das mais importantes para o cultivo de grãos e carne do país. Essa evolução ocorreu através de pesquisas que encontraram novas variedades mais resistentes à região, assim como manejos eficientes no combate a pragas e doenças originárias do local. Essas transformações alcançaram também outras culturas, como a uva, por exemplo, que é hoje cultivada no semiárido, algo nunca pensado antes.

 

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