O mercado da pecuária de corte segue firme em outubro, com os preços do boi gordo registrando valorização em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A alta é sustentada principalmente pela oferta restrita de animais prontos para abate, o que tem levado frigoríficos a elevar os valores pagos pela arroba para cumprir as escalas de abate.

Cotações do boi gordo sobem em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea
De acordo com o Cepea, o movimento de alta se estende pelas 28 regiões monitoradas.  Em praças tradicionais como Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Triângulo Mineiro, Pará e Oeste da Bahia, a valorização média é de 3%.
Já em Goiânia, Rio Verde e Tocantins, o aumento chega a 5%, reflexo da demanda aquecida por parte da indústria e da dificuldade em encontrar lotes disponíveis para abate.
No estado de São Paulo, principal referência do setor, os negócios têm ocorrido entre R$ 315 e R$ 320 por arroba, consolidando o melhor desempenho mensal desde o início do segundo semestre. Segundo o Centro de Pesquisas, o comportamento reflete uma oferta controlada de gado terminado e o avanço das exportações de carne bovina.
Indústria frigorífica enfrenta desafios para compor escalas de abate
A escassez de animais prontos para o abate segue como o principal fator de pressão sobre os preços. Muitos pecuaristas têm optado por reter os animais no pasto, aproveitando o melhoramento das pastagens com o retorno das chuvas. Essa decisão reduz a oferta imediata e, consequentemente, aumenta a disputa entre os frigoríficos pelos lotes disponíveis.
Além disso, o custo de reposição do gado magro continua elevado, o que limita a recomposição de estoques por parte dos confinadores e reforça o cenário de mercado enxuto.
Exportações de carne bovina reforçam sustentação das cotações
Outro ponto de sustentação para o mercado do boi gordo é o avanço das exportações de carne bovina.
Segundo dados recentes, o Brasil segue com demanda firme da China e de outros destinos asiáticos, o que tem garantido ritmo estável de embarques e boa remuneração ao pecuarista.  A combinação entre exportações aquecidas e oferta restrita forma um ambiente favorável à manutenção dos preços, especialmente nas praças do Centro-Oeste e Sudeste.
Perspectivas para os próximos meses
Especialistas do Cepea avaliam que, no curto prazo, o cenário deve permanecer firme, com preços sustentados pela oferta controlada e pela demanda consistente da indústria exportadora. Entretanto, a entrada gradual das chuvas e o avanço da safra de capim podem ampliar a disponibilidade de animais no mercado, reduzindo a pressão de alta sobre a arroba.
Em conclusão, a pecuária de corte brasileira entra no último trimestre de 2025 com um mercado equilibrado e rentabilidade positiva, embora a gestão de custos e o planejamento de abate continuem sendo fatores essenciais para manter a margem do produtor em um ambiente de preços voláteis.
 
			  
 
									 
									 
									