Déficit hídrico marca início de 2025 e acende alerta para a cafeicultura

por | abr 11, 2025

As chuvas abaixo da média e as altas temperaturas registradas no Sul de Minas durante fevereiro de 2025 acenderam um alerta entre os cafeicultores da região. De acordo com o Boletim de Avisos Fitossanitários nº 317, divulgado pela Fundação Procafé, o volume médio de precipitação nas cidades monitoradas — Varginha, Carmo de Minas, Boa Esperança e Muzambinho — foi de apenas 98 mm, quando o esperado para o mês seria 195 mm.

Abril chega com clima ameno para áreas cafeeiras

Além do baixo índice pluviométrico, o armazenamento de água no solo atingiu níveis preocupantes. Em Varginha e Muzambinho, os níveis estão baixos, enquanto em Boa Esperança o armazenamento zerou. Esse cenário aumenta o risco de estresse hídrico nas lavouras, especialmente durante o período de granação dos frutos.

“Os produtores devem ficar atentos para possíveis veranicos no início de março, que podem comprometer o enchimento dos grãos. Os cafeicultores com sistema de irrigação devem considerar complementar as chuvas”, recomenda a equipe técnica da Procafé.

Temperaturas acima da média

A média das temperaturas também ficou acima dos valores históricos. A média esperada para a região era de 22,3°C, mas os dados apontam 23,3°C neste início de ano — com exceção de Carmo de Minas, onde a média ficou levemente abaixo. O aumento da temperatura agrava ainda mais os efeitos do déficit hídrico.

Veranico impacta granação dos cafeeiros no Sul de Minas

 

Hands that are picking coffee beans from the coffee tree

Doenças e pragas sob controle, mas com atenção à ferrugem

Apesar do estresse climático, o boletim aponta baixo índice de pragas e doenças nas lavouras monitoradas. Em Boa Esperança, por exemplo, não houve registro de ferrugem, enquanto em Carmo de Minas e Varginha a incidência ficou em torno de 6% das folhas infectadas. Já a doença phoma, que tende a se manifestar com mais frequência em períodos de estiagem, foi observada em Carmo de Minas, com média de 5,5% de incidência.

Monitoramento contínuo

A Fundação Procafé orienta que os produtores mantenham o monitoramento constante das lavouras, especialmente nas áreas mais suscetíveis, como o terço médio e inferior das plantas. O acompanhamento frequente das condições hídricas e fitossanitárias é essencial para mitigar perdas nesta fase crítica da lavoura.