Clima implica em desafios e reestimativa de safra para a citricultura brasileira

por | jan 17, 2025

O Brasil entrou em 2025 com otimismo no setor da citricultura, especialmente nas regiões do interior de São Paulo e Triângulo Mineiro. Essas áreas concentram mais de 70% da produção nacional de laranja, compondo o cinturão citrícola monitorado pela Fundecitrus.

Segundo Guilherme Rodriguez, engenheiro agrônomo e supervisor de projetos da Fundecitrus, ainda é cedo para prever os resultados da safra 25/26. “Estamos no momento de mapeamento e levantamento de dados. O processo de derrissa para contagem de frutos e acompanhamento mais detalhado será iniciado em breve. Somente em maio teremos os números consolidados da próxima safra”, explica Rodriguez.

Queda na Safra 24/25: impactos climáticos e reestimativas

A safra 24/25 foi reestimada em 223 milhões de caixas, representando uma queda significativa em comparação à safra anterior, que alcançou 307 milhões de caixas. Esse recuo foi atribuindo às condições climáticas adversas, como o déficit hídrico. “Municípios chegaram a enfrentar mais de 100 dias sem chuva, afetando o desenvolvimento das plantas, o enchimento e o crescimento dos frutos”, destaca Rodriguez.

Regiões como o sudoeste paulista foram menos impactadas, devido à maior regularidade das chuvas. Entretanto, a situação somente melhorou após outubro, com a regularização do regime hídrico.

Chuvas e quarta florada: alívio e leve recuperação

Com a retomada das chuvas acima da média histórica em outubro e novembro, houve uma visível recuperação dos pomares. “As chuvas beneficiaram o pegamento da florada, essencial para a próxima safra”, afirmou o engenheiro agrônomo.

Outro fator que contribuiu para a reestimativa foi a ocorrência de uma quarta florada, considerada atípica. Graças a isso, os números iniciais da safra 24/25, que eram de 232 milhões de caixas em maio, sofreram variações. Em setembro, foram revisados para 215 milhões e, posteriormente, ajustados para 223 milhões de caixas.

Expectativas para o futuro

O cenário aponta para uma retomada do equilíbrio, mas os resultados definitivos da safra 25/26 dependerão do comportamento climático nos próximos meses e do acompanhamento detalhado promovido pelas entidades do setor. Enquanto isso, o setor continua trabalhando para mitigar os efeitos climáticos e otimizar a produtividade nas principais regiões produtoras do país.