O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, no entanto, ainda apresenta um sistema de armazenamento insuficiente, com uma capacidade estática capaz de armazenar cerca de 60% de uma única safra. As Unidades Armazenadoras da Conab estão distribuídas em 24 Estados da Federação e no Distrito Federal. A capacidade estática total da empresa é de pouco mais de 1,6 milhões de toneladas, o que representa cerca de 1% do total do país. Essa capacidade está distribuída em 64 Unidades Armazenadoras com 126 armazéns.
De acordo com relatórios recentes, o Brasil deve enfrentar um déficit recorde de armazenamento de mais de 100 milhões de toneladas para a próxima safra 2022/23, apesar da previsão de uma colheita recorde de 313 milhões de toneladas de soja, milho, algodão, arroz e trigo. Isso se deve principalmente ao fato de que apenas cerca de 15% das fazendas brasileiras possuem armazéns ou silos. E a disparidade aumentou na última década devido à expansão agrícola sem a construção adequada de silos.
Essa escassez de capacidade de armazenamento representa um risco para a futura competitividade agrícola brasileira, e está concentrada nos estados do centro-oeste de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, que respondem por quase metade da produção de grãos do país. Além disso, foi relatado que a próxima safra excederá a capacidade atual de armazenamento do Brasil, o que criará gargalos logísticos e de infraestrutura. O país não enfrentava tal situação desde 2003, e a escassez de silos pode trazer complicações quando chegar a safra de inverno, principalmente para o milho.
