Andav: Por que o agronegócio brasileiro é um sucesso?

por | ago 18, 2022

O Diretor de Programas do Mapa – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Luis Rangel, esteve presente no primeiro dia da Andav – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários- 2022. Em entrevista à jornalista e produtora rural, Luisa Nogueira, ele falou sobre o momento pelo qual o agronegócio brasileiro está passando. Apesar da crise dos fertilizantes, ele pontuou os últimos movimentos do governo e como o agronegócio brasileiro se tornou um sucesso.

“Qualquer um que tomar a decisão de trabalhar em um negócio e decidir servir ao agronegócio, é o melhor negócio do Brasil. Foi assim que desenhamos novos modelos de industrialização, recentemente com os fertilizantes, pra demonstrar que a gente pode servir o agronegócio com a pujança que a gente tem”.

Para ele, o cenário de dependência que o Brasil vive em relação aos fertilizantes não é de hoje. “Esse cenário remonta início dos anos 2000, quando o Brasil tomou a decisão certa pra fazer com que a agricultura crescesse, teve incentivos fiscais, teve impulsionamento com a lei Candir, que abriu nossos mercados externos. Mas a agroindústria de base não teve essas experiências, então nós partimos de uma indústria de defensivos ou de fertilizantes, que oferecesse 50% do que a gente precisava, claro que a agricultura era muito menor na época”.

A globalização nesse contexto fez toda diferença e aflorou as habilidades dos países, como a do Brasil, em produzir alimentos e não insumos tecnológicos. E a crise dos fertilizantes aliada nos últimos meses a outras questões, foi o momento ideal para um plano de ação do governo.

“Nós percebemos isso, como clientes dos insumos e conseguimos convencer a alta cúpula do governo de propor um plano para reindustrialização o Brasil, e aí costumo dizer que foi a tempestade perfeita, porque estávamos com o plano pronto quando veio essa confusão com a crise energética mundial, o choque logístico da Covid, e lançamos três iniciativas emergenciais a pedido do presidente”.

Entre essas iniciativas, Rangel pontua a diplomacia dos fertilizantes; monitoramento da logística; e o lançamento da Caravana FertBrasil.

“Nesse contexto, visitamos os nossos fornecedores mais fiéis, e mais importantes, Rússia, Canadá, e os países árabes, o norte da África e reafirmamos a importância que o Brasil tinha pra comprar e a importância que eles tem pra garantir a segurança alimentar do planeta. E lançamos a caravana FertBrasil, pra reafirmar as práticas agronômicas do produtor, pra que nesse momento de crise pudéssemos diminuir o choque de produção”.

E o Brasil pode produzir mais fertilizantes?

Essa talvez tenha sido a grande pergunta dos produtores brasileiros nos últimos meses. Mas quanto a isso, Rangel destaca ações recentes da pasta. Segundo ele, algumas áreas foram mapeadas, como uma primeira iniciativa.  “Mas só podemos avançar se formos competitivos, então pra nitrogênio, por exemplo, só podemos aumentar nossa produção de amônia e ureia, se nosso gás natural tiver competitivo no mercado internacional, nós temos que aprender a lidar com o mercado de gás. E temos jazidas mapeadas tanto de potássio, quanto de fósforo, essas já estão sendo exploradas. Já temos 25 projetos que queremos juntos a PPI do Ministério da Economia, pra poder avançar mais rapidamente com todo apoio de licenciamento, que o governo pode dar”, finalizou.