A colheita de café nas principais regiões produtoras do Brasil teve avanço nas últimas semanas, mas continua atrasada. O último levantamento da Cooxupé apontou que 33% da colheita nas áreas em que a cooperativa atua já foi concluída.
Ainda segundo a Cooxupé existe um avanço maior no Sul de Minas, onde já foi colhido quase 40% do café. E a região com maior atraso é o Cerrado, onde foi colhido cerca de 24%.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, destaca que o atraso é em comparação com anos anteriores. A preocupação maior no momento, é em relação a quantidade de café que tem chegado nos terreiros.
“O que precisa ficar evidente, é que nós, tanto Cooxupé, quanto os produtores, esperávamos por uma colheita muito grande dado ao ano da bienalidade. Existe uma frustração muito grande e teremos uma colheita bem a quem daquilo que esperávamos em questão de produtividade. E isso porque estamos no início da colheita ainda. Não temos como mensurar qual será essa quebra de produção, mas podemos sinalizar que será uma das safras bem menores em relação ao histórico de safras passadas.”
E apesar de haver muito café no terreiro, Carlos Augusto destaca a frustração e preocupação, já que o Brasil vem de uma safra pequena no ano passado. “Essa é uma safra frustrante diante do que é esperado no cenário de café. No ano passado já tivemos uma safra menor e com certeza essa safra será perto do que tivemos em 2021”.
Os fatores climáticos são os principais motivos dessa frustração. Além da seca e geada que atingiram as lavouras no ano passado, houveram também problemas na florada nessa região de Cooxupé. “Tivemos problemas de altas temperaturas e momento frios. Uma oscilação muito grande de temperaturas que ocasionaram esse efeito de quebra de safra que está ocorrendo”.
A qualidade dos cafés não tem sido problema. Segundo relato do presidente, os cafés que tem chegado são qualidade superior e o fator negativo ficou apenas por conta da quantidade.
Falta de mão de obra
A mão de obra que costuma ser fator impactante nos custos de colheita de café, este ano se mostrou um grande problema em muitas lavouras. Na região de Cooxupé o cenário se repete assim como em muitas outras regiões produtoras.
“Tudo que envolve a cafeicultura subiu demasiadamente ao longo deste ano. E a mão de obra além de estar pesando, está ausente. Estamos com dificuldade de contratar mão de obra, esse é um complicador que estamos tendo ao longo dessa colheita, e talvez ai está o motivo do atraso da colheita em comparação com anos anteriores”.
Safra 2023
É muito cedo ainda para se fazer avaliação de safra 23 e 24. Até então as lavouras não estão saindo tão bem como esperávamos, isso é uma realidade. Ainda temos o fator climático, principalmente o frio, que não sabemos como será. Mas o que podemos dizer, que o mercado na nossa visão, é justo no tocante a oferta e demanda de café mundial. Faço análise de outros países e do Brasil. A realidade da cafeicultura mundial passa pelo Brasil. E a realidade brasileira, passa por essas regiões que nos refirimos.
