O mercado de carnes ficou aquecido na semana passada e a movimentação com negócios acima da referência média foi notada em todo país. Houve melhora no fluxo de negociação. “O mercado mais aquecido permitiu os frigoríficos fazerem escala, principalmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde as escalas são mais confortáveis, o que não acontece em Minas Gerais e Mato Grosso. Nesses estados as escalas de abate são mais curtas, o que remete a uma postura diferente dos frigoríficos”, explica o consultor da Safras e Mercado, Fernando Iglesias.
De acordo com o especialista o mercado deve ficar mais frio para São Paulo e Mato Grosso do Sul, por conta dos avanços das escalas. “Ficaram em uma posição um pouquinho mais confortável, mas isso também não quer dizer que os frigoríficos vão conseguir baixar muito seus preços no mercado de gado, não quer dizer um forte movimento de pressão baixa, o mercado acomodou bem entre R$320 e R$330 para animais padrão China no mercado paulista”.
Atualmente as negociações flutuam nessa faixa de preços, e para romper os R$ 330,00 serão necessários elementos diferentes para justificar novos patamares no preço do boi gordo. Um processo mais robusto na valorização do real, um processo ainda mais expressivo nas exportações ou o aquecimento da demanda doméstica, são fatores que poderiam ajudar nesse momento.
O consultor de mercado destaca que alguns elementos importantes devem aquecer o mercado nos próximos meses, e já aumentam o otimismo no setor. Entre eles, a ampliação dos valores envolvidos no auxílio Brasil, fator que entra na economia e, é direcionado pelas famílias ao consumo de produtos básicos, a exemplo da proteína animal, como, carne de frango, ovo, até mesmo os cortes de segunda, da carne bovina.
“Teremos também as eleições, que é um momento do ano em que há repique de consumo, aumento da demanda e por fim, a Copa do Mundo, período em que tradicionalmente o consumo de carnes aumenta. Esses três fatores podem dar uma motivada na demanda doméstica”.
